sábado, 5 de dezembro de 2009

PÔSTER SOBRE REALIDADES E CONTEXTOS DA EJA

Na Interdisciplina Educação de Jovens e Adultos, tivemos que elaborar, em grupo, um PÔSTER à partir da proposta de trabalho: entrevistar sete educandos da EJA. O PÔSTER teve duas versões.
Abaixo, o link para os pôsteres:

http://grupo5saidadecampo.pbworks.com/VERS%C3%95ES-DO-P%C3%94STER

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

ENSINO E APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS

Na interdisciplina Educação de Jovens e Adultos tivemos que fazer em grupo, uma pesquisa sobre Realidades e Contextos da Educação de Jovens e Adultos.
Dentre as quatro propostas, o meu grupo escolheu a terceira: entrevistar 7 educandos.

As perguntas propostas na entrevista sugerida são baseadas na Pesquisa Participante “Quem são os alunos e alunas do EJA?”, realizada com o coletivo do SEJA, Serviço de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre, em 1997. Esta pesquisa tomou como referenciais principais, mas não exclusivos, as idéias de Paulo Freire. Ela foi coordenada por educadores do SEJA assessorados por Adriano Nogueira, Carlos Rodrigues Brandão, Marta Kohl e Sérgio Haddad, e buscou compreender as pessoas do SEJA, as relações entre trabalho e vida, a participação dos alunos do SEJA em projetos coletivos, seus sonhos/ideais e dados de sua escolaridade.
O trabalho solicitado, aqui, visa possibilitar a construção de uma compreensão ampliada sobre os alunos jovens e adultos, sua vida, sua história, suas relações com o mundo do trabalho e com a educação. Ela se justifica pela quase total inexistência de registro histórico a respeito da Educação de Jovens e Adultos em algumas regiões de nosso Estado bem como pela relativa carência de dados que caracterizem as pessoas que freqüentam a EJA nesses espaços. Também se constitui em possibilidade de reflexão sobre a práxis desde o olhar lançado pelos alunos.
A pesquisa se organiza em 3 (três) Blocos:

a) pesquisa sócio-demográfica;
b) pesquisa sócio-cultural;
c) pesquisa sócio-cognitiva.

Cada um desses Blocos está relacionado a determinadas perguntas que ajudam a compreender melhor a realidade do educando jovem e adulto. Para que esta finalidade se cumpra, propõe-se que sejam feitas as seguintes questões por Bloco:

a) PESQUISA SÓCIO-DEMOGRÁFICA
1. Qual é a tua idade?
2. Qual é o teu local de nascimento?
3. Qual é o teu estado civil?
4. Qual é o teu município de moradia?
5. Há quanto tempo moras neste município?
6. Por que vieste para este município?
7. Como é a tua moradia?
8. O que tem na tua moradia?
9. Além de ti, quantas pessoas moram na casa?

b) PESQUISA SÓCIO-CULTURAL
1. O que fazes no teu tempo livre?
2. Executas alguma atividade artística?
3. Com que freqüência vais a: bailes, bares, igreja, cinema, teatro, shows?
4. Como tu ficas sabendo do que acontece: colegas, jornal, música, rádio, revista, TV?
5. Participas de algum grupo (associação de moradores, escola de samba, sindicato, partido político, time, grupo de dança, grupo religioso, grupo de jovens, centro comunitário, outro)?
6. Tens alguma religião?
7. Qual é o teu grupo religioso?
8. Usas alguma assistência médica?
9. Quem procuras quando tem alguém doente na família?
10. Se pudesses escolher alguma pessoa para ser, quem serias: seria eu mesmo(a), eu mesmo(a) com uma vida melhor, político, ator/atriz/artista, patrão/chefe, intelectual/escritor/cientista, personagem de TV/novela, piloto de avião, ninguém, esportista, não sabe responder, outro?

c) PESQUISA SÓCI0-COGNITIVA
1. Com que idade aprendeste a ler?
2. O que costumas ler?
3. Com que idade aprendeste a escrever?
4. O que costumas escrever?
5. Já paraste de estudar alguma vez?
6. Por que estas estudando aqui?
7. Em que nível ou totalidade tu estás?
8. O que gostas aqui?
9. O que precisa ser modificado?
10. Que tipo de aula preferes?
11. Alguém te incentiva a estudar?
12. Alguém te tira o incentivo com relação aos estudos?
13. O que é ser um(a) bom(boa) professor(a)?
14. O que é ser um(a) bom(boa) aluno(a)?
15. Tu estás trabalhando atualmente?
16. Em que trabalhas atualmente?
17. Com quantos anos começaste a trabalhar?
18. Com o que gastas o teu dinheiro?
19. O que fazes com o dinheiro que sobra?

Para ler as entrevistas na íntegra, acesse o link abaixo:

http://grupo5saidadecampo.pbworks.com/Entrevistas

APÓS ESTAS ENTREVISTAS, TIVEMOS QUE ELABORAR UM PÔSTER QUE SERÁ APRESENTADO EM UMA AULA PRESENCIAL.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

LIBRAS - FACILITADORA DA COMUNICAÇÃO - COMPLEMENTO

Questionamento da tutora Márcia Caetano: Então, como você percebe a troca de aprendizados entre surdos e não surdos?
Uma aprendizagem bem significativa que deve acontecer com os não surdos, frente aos surdos é: ser paciente, ser observador, estar calmo, gostar de desafios, acreditar na possibilidade de comunicação, não demonstrar pena, e principalmente aprender a viver com a mesma alegria que os surdos vivem, quando utilizam a LIBRAS, Língua Brasileira de Sinais.
Também acredito que para acontecer um encontro harmônico entre as pessoas surdas e as não surdas, é fundamental que todas, estejam motivadas e abertas para aprenderem e ensinarem tudo o que puderem.
Espero que num momento não tão distante, todas as pessoas, com deficiências ou não, possam juntas adquirir conhecimentos que acrescentarão às suas vidas, mais sensibilidade e prazer em aprender!
Temos sim que nos apropriar de qualquer forma de comunicação para que a linguagem seja desenvolvida dentro de qualquer contexto seja ele histórico e/ou social.
Ainda estou engatinhando no que diz respeito à comunidade surda, à pessoa surda, à língua de sinais, mas tentarei ser auxiliada para ficar de pé , e então, poder auxiliar também!

2ª AULA PRESENCIAL - COMPLEMENTO

Questionamento feito pela tutora Márcia Caetano: Já que você afirmou desconhecer a EJA, eu gostaria de saber o que você pensava sobre essa modalidade de ensino, antes de tomar contato com essa interdisciplina. Desta forma você poderá trazer as evidências do seu aprendizado.

Sinceramente, eu simplesmente sabia que em minha escola é oferecida a EJA, onde pais de alunos meus estão estudando, bem como seus filhos mais velhos. Também já ouvi muitos comentários a respeito da evasão escolar, nessa modalidade de ensino. Assim que entrei em contato com a Interdisciplina EJA, fui fazendo reflexões e descobrindo como se estrutura esta modalidade de ensino.
Em relação à grande diferença de idades, acredito que o que for ensinado, não será assimilado da mesma forma por toda a classe, e por isso, a metodologia a ser aplicada pelo educador, tem que ser bem pensada para que os objetivos sejam alcançados pela maioria dos alunos. As características individuais de cada um dos educandos devem ser respeitadas e levadas em consideração, principalmente quando forem avaliados, pois cada etapa do desenvolvimento cognitivo não se apresenta da mesma forma, em indivíduos com características tão diferenciadas.
Ao ler o texto "Alfabetização de adultos: ainda um desafio", de Regina Hara, destaquei algumas idéias principais: alguns grupos procuram fazer da prática educativa de alfabetização, também um desafio de ordem política; uma ação alfabetizadora deve tomar como ponto de partida o que os jovens e adultos sabem; não é o método que se elege que promove a alfabetização, mas é todo um conjunto de conhecimentos e a postura intelectual que adotamos com relação aos sujeitos e ao objeto de aprendizagem; o ato de escrever é indissociável da função expressiva e comunicativa da escrita, e, portanto, das coisas do mundo, do que há para expressar e comunicar na vida; a proposta de alfabetização de jovens e adultos é partir do que cada um sabe e oferecer oportunidade de reflexão e prática até chegar à leitura e escrita competentes. A leitura do mundo deve ser feita pela EJA, antes mesmo de aprender formalmente, a ler e escrever. Trazer para dentro da sala de aula, o mundo dos educandos, possibilita aos jovens e adultos, uma infinidade de oportunidades de construção de conhecimentos.
A partir da leitura do Parecer CEB nº 11/2000, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, fiquei ciente de vários assuntos: dos conceitos e funções da EJA; das exigências que são feitas e que aspectos precisam ser considerados, em se tratando da formação dos docentes voltados para EJA; das relações existentes entre educação e trabalho, propostas pelas Diretrizes Nacionais da Educação de Jovens e Adultos, etc.
A EJA é um desafio e tanto para os educadores realmente comprometidos com a educação.

MAPAS CONCEITUAIS DOS PAs - COMPLEMENTO

Questionamento da tutora Márcia Caetano: "Não é a primeira vez que vocês trabalham com a metodologia de PA, então eu penso que seria interessante tu relatares um pouco do seu aprendizado nessa tarefa em cada etapa do processo. Você gostou de trabalhar com o PA?"

Quando minhas três colegas e eu escolhemos a questão inicial para o nosso PA, achei que era uma questão bem complexa, e por isso, teríamos que nos empenhar muito. A cada etapa do PA, fomos bem criteriosas.
As dúvidas e certezas contribuíram para a coleta de informações, pois sintetizaram os nossos saberes.
Quanto mais pesquisávamos, mais respostas encontrávamos. Os principais conceitos foram se "desenhando" a cada descoberta.
Quando tivemos que fazer uma auto-avaliação, passamos por um momento de grandes reflexões que também acabaram norteando ainda mais as nossas investigações.
A construção dos mapas conceituais foi aperfeiçoada. Do 1º mapa até o da síntese, conseguimos melhorias. Através deste último, observei que todas as etapas do processo foram imprescindíveis para que chegássemos à conclusões satisfatórias, atendendo o nosso questionamento inicial.
Trabalhar com o PA não é uma tarefa fácil, porém, como é realizada em grupo, o "fardo" não fica pesado para ninguém. A troca de idéias durante o processo de construção do PA enriquecem nossas certezas e dúvidas, porque aquilo que até então era uma certeza do grupo, passa a ter um teor diferente, tornand0-se uma dúvida. O que acontece com as dúvidas é que elas poderão ser respondidas com afirmações claras e objetivas, como também não serem respondidas em sua totalidade. E isso, não significa que o grupo não foi capaz de atingir o seu objetivo, mas sim, que, a nossa vida é cheia de questões a serem sempre repensadas, enriquecendo nossas buscas e nos levando a construir novos conceitos.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

QUESTIONAMENTOS!!!

SÓ GOSTARIA DE DEIXAR AQUI REGISTRADO, QUE AINDA PRETENDO ATENDER ÀS SOLICITAÇÕES DA TUTORA MÁRCIA CAETANO, O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL. ATÉ BREVE!

DESAFIOS E REFLEXÕES

Esta semana passei por uma experiência, até certo ponto curiosa. Devido a uma infecção na garganta, estava muito rouca. Quando "tentei" me comunicar com uma turma de 4ª série, onde trabalho com Artes, tive dificuldades. Esta turma é problemática em vários sentidos. São seis meninas e doze meninos, com idades de 9 a 14 anos. Além das dificuldades de aprendizagem, há o problema da indisciplina. Os meninos se xingam, ofendem qualquer pessoa com palavrões, gritam, agridem-se fisicamente, enfim, são muito agitados. Foi impossível dar a minha aula planejada, e então, acabei passando no quadro, um texto para copiarem. No momento da cópia, o silêncio se fez presente. Quando relatei à professora regente desta turma, como foi a aula, descobri que gostam de fazer cópia.
Na manhã seguinte, a voz praticamente desapareceu, mas foi possível trabalhar com os meus alunos do 1º ano. A maioria dos vinte alunos presentes, colaborou como pode. Escrevi no quadro o que faríamos inicialmente. A ordem foi lida por uma aluna que já sabe ler. Quando precisava me comunicar com eles, sussurrava no ouvido de uma criança, que transmitia aos colegas, os meus recados. A todo o momento, as crianças pediam silêncio e até chamavam a atenção daqueles mais inquietos, e dos mais distraídos. Em vários momentos procurei fazer gestos para me fazer entender. Horas funcionavam, horas não. Gesticulei para fazerem fila, gesticulei para dizer que íamos ao refeitório, gesticulei para fazerem a cópia do quadro em seus cadernos...
Como me lembrei da LIBRAS!!! Que beleza que existe esta língua de sinais! Claro que, se eu soubesse me comunicar através da LIBRAS, precisaria me dirigir a uma "platéia" que também usasse essa forma de expressão.
A comunicação pode ser feita de várias formas, basta usarmos a nossa sensibilidade, a nossa intuição, o nosso bom senso. Como costumo dialogar com meus alunos, acredito que me souberam  "interpretar" corretamente, porque a convivência diária, possibilita uma aproximação maior, não só física, mas principalmente afetiva. São formados laços tão fortes, que os alunos acabam entendendo a proposta do trabalho, pois, acostumados à uma certa rotina, ou seja, à uma organização pré-estabelecida, eles têm facilidade de assimilar diferentes práticas.
Assim como no filme "O menino selvagem", assistido para a realização de uma atividade na Interdisciplina de LIBRAS, houve uma resposta positiva ao tratamento de Victor, o menino selvagem, também obtive com meus alunos, respostas adequadas,que correspondem aos seus conhecimentos.
Quando somos desafiados, somos induzidos a fazer grandes e importantes reflexões, que podem nos guiar rumo ao sucesso.
Uma outra observação: como eu só sussurrava, os alunos acabaram imitando a minha prática. Com certeza, as crianças com esta idade, de 6 a 7 anos, conseguem se adaptar rapidamente, porque estão mais suscetíveis à mudanças.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

COMUNICAÇÃO SEM LIMITES

Na Interdisciplina Língua Brasileira de Sinais, a LIBRAS, tivemos que realizar uma atividade em duplas,muito diferente de tudo o que fizemos até agora, em nosso curso.
Foi solicitado que deveríamos interpretar, decifrar, o que três mulheres (sendo uma a Janaína, nossa professora de LIBRAS), estavam conversando através da língua de sinais.
Para conseguir entender o significado de todos aqueles gestos, foi sugerido que consultássemos o dicionário de LIBRAS para ajudar na compreensão.
Como eram muitos gestos a serem estudados, resolvi pesquisá-los na Internet.
Qual foi a minha surpresa ao encontrar o site:http://www.acessobrasil.org.br/libras/ .
É um site com muitas possibilidades de ajuda: é possível consultar palavras, assuntos, ordem alfabética. Depois de selecionada a palavra, aparece sua classe gramatical, sua acepção, seu uso em frases. Logo em seguida, o sinal é mostrado em vídeo.
Graças a uma infinidade de gestos, expressões faciais e olhares significativos, que os surdos podem se comunicar com muita clareza.
Hoje tenho a certeza de que todas as pessoas que convivem com surdos, precisam saber a LIBRAS, pois estas pessoas estão presentes em nossas famílias, em nossa vizinhança, em nossas salas de aula.
Acessando o site já citado, descobri que a repetição de sinais, ou seja, essa prática, precisa acontecer para que o mais rápido possível, pessoas surdas e pessoas não surdas possam compartilhar das mesmas coisas, inclusive apresentando diferenças.

MAPAS CONCEITUAIS DOS PAs

Na Interdisciplina Seminário Integrador VII, estamos trabalhando em grupo com projetos de aprendizagem, os PAs, desde o 2º semestre de 2008.
Muitos conhecimentos foram adquiridos e muitas aprendizagens foram construídas.
A pergunta do nosso PA é: "De que forma a família e a escola podem influenciar no desenvolvimento da personalidade da criança?"
Levantamos nossas certezas, nossas dúvidas, coletamos materiais, discutimos e analisamos as nossas descobertas, a cada nova atividade proposta.
Elaboramos mapas conceituais em grupo e individualmente.
Para construir os mapas conceituais, precisei baixar em meu computador o programa CMAP TOOLS e aprender "na marra", como construir mapas conceituais.
Neste semestre, tivemos que elaborar uma síntese do PA e um mapa conceitual da síntese.
O meu mapa individual ficou razoável, mas o da síntese, que ficou sob minha responsabilidade, já que dividimos as tarefas entre as quatro componentes do grupo, ficou melhor estruturado.
Pensei que não conseguiria construir mapas conceituais, pois ouvi de várias colegas de curso, que são "craques" em tecnologia, que esta era uma tarefa difícil.
Porém, quando realmente precisei usar o programa CMAP TOOLS, fiquei surpresa comigo mesma, pois não encontrei muitas dificuldades. Além do mais, através do mapa conceitual é possível apresentar qualquer assunto de uma forma sintetizada e de fácil entendimento.
Link para visualização do mapa conceitual da síntese:
http://projetodeaprendizagempersonalidade.pbworks.com/Mapa-Conceitual-da-S%C3%ADntese
Para visualizar o mapa em menor escala, basta clicar com o botão direito do mouse e selecionar a opção exibir imagem.

No side bar do nosso PA há links que levarão a outras construções do grupo.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

LIBRAS - FACILITADORA DA COMUNICAÇÃO

A primeira e única aula presencial de Língua Brasileira de
Sinais, a LIBRAS, provocou em nós, estudantes, descobertas e conhecimentos inesperados.
Assim que a professora Janaína começou a "falar" conosco através da Libras, não consegui mais desviar o meu olhar. Senti, o quão importante é, prestar atenção nos sinais, nas expressões faciais, em todas as manifestações comportamentais, para que a comunicação entre surdos e não surdos seja bem interpretada e eficiente. Foi incrível observar a professora Janaína e perceber que a surdez não é empecilho para nada. Com a ajuda de uma intérprete, a professora Janaína conseguiu nos passar a idéia de que a surdez não deve ser vista como um problema ou como uma deficiência. Quando a professora começou a se comunicar oralmente, pronunciando algumas palavras, fiquei mais encantada ainda. Que mulher dinâmica! Há pessoas que até afirmam que a Libras é uma língua limitada, incapaz de transmitir idéias abstratas. Mas, essa língua vai muito mais além. Tudo pode ser expresso através da Libras. Nós, ouvintes, podemos contribuir com os surdos na medida em que procurarmos entender e conhecer a cultura e a comunidade surdas, que são formadas sim por pessoas habilidosas, inteligentes, capazes de fazerem "coisas" melhor do que nós, os não surdos.
Quando em nossas salas de aula tivermos crianças surdas, elas também poderão se desenvolver, cognitivamente e emocionalmente. Basta que se comuniquem de forma adequada, ou seja, através da Libras. E nessa caminhada escolar, é imprescindível que a criança surda seja assistida por professores e pais que dominem a Libras, pois assim, ela construirá o seu próprio mundo, a sua personalidade de acordo com as experiências vividas.
A transmissão da Libras é objetivada por toda a comunidade surda, pois através dela as pessoas surdas poderão se interar na sociedade ouvinte.
"Entendo o valor da oralização, mas é imprescindível que ela nunca substitua a Língua de Sinais." (Nelson Pimenta)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

2ª AULA PRESENCIAL

Na 2ª aula presencial deste semestre, tivemos a satisfação de perceber como a Interdisciplina Educação de Jovens e Adultos será reveladora. Em minha escola há a EJA, porém não tenho quase nenhum conhecimento sobre esta modalidade de ensino. Fico até envergonhada em admitir que desconheço algo que é tão próximo de mim. Mas acredito que chegou a minha hora de fazer grandes descobertas! De acordo com o testemunho animado de algumas colegas que já trabalham com a EJA, comecei a me questionar, porque nunca tive interesse em dar aula para jovens e adultos. Trabalho com os pequenos há 23 anos e se tivesse que encarar hoje, uma turma da EJA, admito que ficaria muito tensa e insegura, pela falta de experiência. Pretendo aproveitar o máximo possível desta Interdisciplina. Além da EJA, nesta mesma noite, nos foi apresentada a Interdisciplina Didática, Planejamento e Avaliação. A proposta de trabalho foi interessante e porque não dizer, até mágica... Tivemos que imaginar que tínhamos sido abduzidos por seres de outro planeta, e que eles queriam que "construíssemos" uma escola em seu planeta. Se isso fosse realmente possível, com certeza não poderíamos decidir em tão pouco tempo, como fizemos, como seria a escola idealizada. Uma instituição de ensino precisa ser bem planejada, tanto materialmente como pedagogicamente, pois podemos receber como alunos, crianças, jovens e adultos com histórias de vida bem diferenciadas, apresentando inclusive, necessidades educacionais especiais. Outro detalhe a ser pensado, é o tempo de 1 ano estipulado pelo ser extra-terrestre, para que a "escola", viesse a funcionar. Apenas em 1 ano, é impossível " construir" uma escola, pois sabemos que muitas modificações ocorrem numa instituição de ensino, na medida em que novidades venham a povoá-la. Sejam adaptações prediais, troca de professores e de direção, matrícula de alunos com necessidades diferentes e ausentes até então, calendário escolar alterado, novas políticas públicas... Aposto na seguinte afirmação: a escola ideal precisa ser constantemente pensada, avaliada, pensada, administrada, pensada e conquistada incessantemente!

1ª AULA PRESENCIAL

Dia 26 de agosto tivemos a nossa primeira aula presencial do 2º SEMESTRE DE 2009. Neste encontro foram colocadas informações relativas às Interdisciplinas de Linguagem e Educação e Seminário Integrador VII.
A professora Iole falou de forma clara e objetiva sobre conceitos já trabalhados em outro semestre e que agora serão aprofundados e até mesmo reconstruídos. Digo reconstruídos porque ao fazermos as leituras sugeridas e realizarmos as atividades propostas por todas as Interdisciplinas, vamos nos apropriando de outros contextos constituídos por tantos outros conceitos, que no decorrer de nosso curso têm nos ajudado a clarear nossos pensamentos e conhecimentos.
Já em relação aos PAs, continuamos fazendo questionamentos, pois para concluí-los é necessário rever tudo o que coletamos até agora, para que a pergunta que deu origem à esse projeto seja respondida da melhor forma possível, ou seja, que a síntese final contemple o, ou os, objetivos de um PA.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

COMO SERÁ?

A cada novo semestre, parece que estamos começando tudo de novo.
Ansiedade, insegurança, medo de não dar conta do recado... Mas neste mix de sentimentos também não faltam a perseverança, a coragem, a determinação e principalmente a alegria de poder olhar para trás e constatar que, apesar de muitos altos e baixos presentes nos semestres anteriores, consegui chagar ao 7º semestre do curso de Pedagogia à Distância, da UFRGS.
Se Deus quiser, assim como eu quero também, neste semestre não precisarei me afastar do meu trabalho e nem pretendo realizar as minhas atividades com atrasos.
Também gostaria de externar aqui a minha surpresa e uma certa decepção, quando ao vislumbrar os meus conceitos, dar de cara com um C na Interdisciplina Seminário Integrador VI.
Desde o início do curso, em 2006, até esse último momento de avaliação, é o primeiro conceito que me deixou desanimada. Quando recebemos algum conceito maior em alguma interdisciplina na qual não imaginamos, é muito bom! Porém, quando a espera é de pelo menos um conceito B, a situação muda de figura.
Mas, viver de passado não é inteligente, visto que o meu presente depende muito de mim, depende de uma entrega pessoal com responsabilidades, pois não sendo assim, meu futuro poderá ficar comprometido.
Estou bem interessada em descobrir através das Interdisciplinas Educação de Jovens e Adultos no Brasil e Língua Brasileira de Sinais - Libras, tudo aquilo que desconheço até este momento, pois como educadora, devo estar por dentro de tudo a que se refere às minhas práticas pedagógicas.
Que esta nova etapa transcorra com tranquilidade para todos nós: alunas e aluno, tutores e professores.


"O que as vitórias têm de mau, é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom, é que também não são definitivas." (José Saramago)

quinta-feira, 16 de julho de 2009

DOSSIÊ DE INCLUSÃO

NA INTERDISCIPLINA EDUCAÇÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS, CONSTRUÍMOS UM DOSSIÊ DE INCLUSÃO.

O que é o Dossiê de Inclusão?
O dossiê de inclusão visa contribuir para a busca de sentido na produção de conhecimentos no transcorrer de nossos estudos. Este documento busca a completude de suas descobertas em que o respeito às singularidades será respeitado na medida em que cada aluno (a) será encorajado à reflexão e a sistematização de suas experiências num formato original capaz de apontar para as conquistas individuais.
Unidade 1 - Retrospectiva Histórica da Educação Especial
Unidade 2 - Políticas Públicas Brasileiras em Educação Especial e o Projeto Político - Pedagógico da Educação Inclusiva
Unidade 3 - Serviços de Atendimento Educacional Especializado
Unidade 4 - Deficiência Física
Unidade 5 - Autismo
Unidade 6 - Deficiência Mental
Breve análise histórica da educação especial. A LDBEN 1996 e a inclusão dos alunos com necessidades educacionais no ensino regular. Avanços na legislação brasileira e as dificuldades estruturais no contexto do ensino no país. Conceitos e princípios pedagógicos da educação inclusiva: principais conceitos; a identificação do aluno com necessidades especiais; o processo de ensino-aprendizagem com alunos com necessidades especiais; as adaptações curriculares de pequeno e grande porte; avaliação, progressão e terminalidade escolar; a inserção no trabalho.

LINK DO DOSSIÊ:
http://febeatrizpead.pbworks.com/DOSSI%C3%8A+DE+INCLUS%C3%83O+-+FERNANDA+BEATRIZ

quarta-feira, 15 de julho de 2009

ATIVIDADE DIDÁTICO-PEDAGÓGICA - 2ª PARTE: REVISÃO TEÓRICA SOBRE A PRÁTICA


Quando falei com os alunos que iríamos convidar uma professora da escola para entrevistarmos, eles acharam o máximo!
Então decidimos fazer um convite por escrito. As crianças sugeriram a seguinte frase: “A nossa turma 1A1 quer entrevistar você.”
Todos escreveram os seus nomes no convite, isto é, assinaram como eles disseram.
No dia que a professora Isabel (que é negra), veio à nossa sala de aula, as crianças estavam um pouco tímidas, mas somente até o momento de começarem a fazer as perguntas.
Foram feitas perguntas sobre diversos assuntos. As iniciais foram: Tu é casada? Quantos filhos tu tem? Quantos anos tu tem? Como é o nome dos teus filhos? E do teu marido? Tu gosta de dar aula? Onde tu mora? Pra que turma tu dá aula? E outras mais...
Para lembrar: todas as perguntas feitas para a professora Isabel, também eram respondidas por mim.
Então, a professora entrevistada começou a interagir um pouco mais com as crianças, perguntando à elas, se eu e ela nos parecíamos. Ou seja, o que nós duas tínhamos de semelhante ou diferente.
Aí, eles foram dizendo que ela era mais alta do que eu, que o meu cabelo era mais comprido que o dela, que as nossas roupas eram bonitas, que eu uso óculos e ela não, e finalmente chegamos onde eu queria: que a pele dela era marrom forte e que a minha era marrom fraco.
Neste momento, perguntei a eles se a nossa convidada era loira, e claro que eles disseram que não; perguntei se ela era morena, e aí ouvi a maioria dizendo que sim, e poucos dizendo que não. Questionei então esta minoria, perguntando: Se a professora Isabel não é loira e nem morena, como ela é? E a minoria em uníssono respondeu: negra. A professora Isabel aprovou a resposta, dizendo: realmente eu sou negra e a morena e a professora Fernanda.
Após este momento, as crianças desenharam a nossa convidada, que ainda permanecia em nossa sala.
Todos desenharam a professora do seu jeitinho, e enquanto faziam esta atividade, alguns perguntaram de que cor era para pintar a pele dela. A própria professora Isabel respondia: Pra ficar mais parecido comigo, dá para pintar com o lápis de cor marrom.
Depois dos desenhos prontos, a nossa entrevistada agradeceu pelo convite, dizendo aos alunos que tinha sido uma honra ser entrevistada por crianças tão inteligentes!
Na mesma folha do desenho, os alunos copiaram do quadro, algumas características referentes à professora Isabel, ditas por eles mesmos: querida, bonita, feliz.
Fizeram a mesma atividade, desenhando-me. As minhas características foram: linda, inteligente e divertida.
Depois de prontos, os trabalhos foram expostos na sala.
Sentamos então numa rodinha, sobre o tapete, e fui perguntando às crianças:
Quantos alunos negros há em nossa escola? Resposta da maioria: não sei.
Quem tem um (a) amigo (a) negro (a)? Dos 22 alunos, 6 afirmaram que tinham.
Quais são as brincadeiras preferidas destas crianças (negras)? Bola, boneca, carrinho, que nem a gente!
Onde mais vocês já viram pessoas negras? Na televisão, perto da minha casa, em todo lugar!
No dia seguinte, colocamos sobre as mesas as imagens (pedidas no tema). Trazidas pelas crianças e por mim.
Observamos todas elas e fui fazendo perguntas: como as pessoas das figuras estavam vestidas, onde elas poderiam estar, se elas estavam tristes ou alegres...
Depois de ouvir as suas opiniões, fomos colar as imagens trazidas, em uma cartolina. Perguntei: Como vamos colar estas imagens? Podem ser todas misturadas? Todos concordaram. Colamos todas as figuras: muitas de brancos, algumas de negros e somente uma de índio.
Convidamos então, as outras turmas da escola para que viessem na nossa sala de aula, ver as produções dos alunos.
Foi bem bacana observar e ouvir o que as outras turmas diziam ao verem os desenhos feitos pela turma 1A1. Os desenhos foram colocados de forma intercalada, ou seja, um desenho da professora negra, um desenho da professora branca, e assim sucessivamente.
Ouvi de uma criança da 3ª série: Eu nunca desenhei uma pessoa dessa cor. (apontando para o desenho da professora negra).
Durante estes dois dias de trabalho, percebi que existem sim pessoas preconceituosas: na minha turma, nas outras turmas, em qualquer lugar.
Como é importante poder falar abertamente sobre a discriminação, a fim de levantar a auto-estima de qualquer cidadão, independente de como ele é.
Trabalhar com a diversidade racial, deve se tornar um exercício permanente nas escolas, não apenas em datas comemorativas, quando na verdade, muitas vezes não há o que se comemorar.
Seria incrível, se um dia, todos juntos, pudéssemos comemorar que a discriminação, o preconceito, a exclusão, foram exterminados!
Toda criança precisa ter segurança, quanto a sua identidade. Ela precisa ver-se como um cidadão com os mesmos direitos e deveres, como os de qualquer indivíduo.
Todas as pessoas têm o direito de sonhar, mas hoje ainda vemos, infelizmente, que quem mais consegue realizá-los, são os brancos. Por que será?
Onde está a democracia?
Nós, educadores, temos que ser criativos e sensíveis para podermos atender as essências contidas nas vozes dos alunos afro-brasileiros.
Temos que resgatar em nossos alunos, de todas as etnias, sua ancestralidade, para que assim possam se orgulhar de sua origem e manifestarem-se livremente ao longo da sua caminhada histórica.
COMPLEMENTO

Quando os meus alunos começaram a listar uma série de características minhas e da professora negra entrevistada, uma que me chamou a atenção foi quando disseram que a pele da professora Isabel era marrom forte e que a minha era marrom fraco. Neste momento, as crianças começaram a falar da cor da suas peles. Uma aluna bem moreninha, disse que em sua família tinha pessoas com pele marrom forte, e por isso ela era bem morena. Então, ela se deu por conta, que na mesma família, as pessoas podem ter cor de peles diferentes.
Acredito que todos os alunos precisam ter consciência de sua ancestralidade, pois como afirma Mundurucu “quando a gente se percebe continuador de uma história, nossa responsabilidade cresce e o respeito pela história do outro também.” Esta afirmação pode ser considerada como um facilitador das aprendizagens dos alunos, pois quando há o respeito mútuo, as pessoas, independentes de sua cultura, etnia, religião, adquirem mais conhecimentos, pois se sentem mais seguros ao exporem suas idéias.
Durante a visita dos alunos de outras turmas, à nossa sala, uma criança da 3ª série, disse: “Eu nunca desenhei uma pessoa desta cor.” (apontou para o desenho da professora negra).
Parece que esta criança vive num mundo diferente daquele que realmente conhecemos, mas que precisa, ainda, ser reinventado constantemente por povos sedentos pela afirmação de suas identidades.
Como diz Gersen dos Santos Luciano, Baniwa: “não existe cultura estática e pura, ela é sempre o resultado de interações e trocas de experiências e modos de vida entre indivíduos e grupos sociais.”
Ao perguntar para os alunos, quais são as brincadeiras preferidas das crianças negras, eles citaram: bola, boneca, carrinho, que nem a gente.
Marilene Leal Paré diz que “os sentimentos e o mundo vivido por essas crianças dão subsídios à instituição escolar para o seu tendão de Aquiles e podem torná-la mais competente no desenvolvimento afetivo e da identidade, no planejamento de um currículo no qual esteja presente o esquema de pensamento de origem africana libertando-se do processo eugênico impingido à sociedade brasileira e existente na educação. Esta constatação vem de encontro com o “que nem a gente”, dito pelas crianças, sendo assim cabe à nós professores, também entender as diversas culturas; começando pela nossa, que constituem o povo brasileiro, para desmistificar a intolerância ainda muito aferida, aos indivíduos de uma mesma sociedade.

domingo, 21 de junho de 2009

DESENVOLVIMENTO MORAL

ATIVIDADE PROPOSTA PELA INTERDISCIPLINA DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM SOB O ENFOQUE DA PSICOLOGIA II
Leia o texto Significações de Violência na Escola: equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança? de Jaqueline Santos Picetti. Após a leitura, relate uma situação experienciada em sua sala de aula e procure analisá-la teoricamente com base no referencial piagetiano sobre o desenvolvimento moral.
Quando li a afirmação de Jaqueline Picetti de que nós professores temos a impressão que os alunos consideram natural que todos os problemas devam ser resolvidos com atitudes violentas, parecendo ser necessário o sofrimento do outro, lembrei imediatamente da minha prática docente. Tanto para os meus colegas professores e até mesmo para os alunos, já por várias vezes, comentei que as coisas não podem ser resolvidas com base na violência. Muitas vezes “brinco” com as crianças, afirmando, se tudo o que acontece na nossa vida fosse resolvido através da tapas, pontapés, socos, mordidas, como seria viver assim... Dou exemplos aos próprios alunos: já pensaram se vocês precisassem ser chutados para realizarem as atividades em sala de aula? O que poderia acontecer? Em casa, os pais de vocês quando discutem, ficam se agredindo fisicamente?
Ah, a violência não se manifesta só por atos físicos! E aqueles apelidos ou “nomes feios” que as pessoas dizem umas para as outras, resolvem o quê?
Quando surgem desentendimentos entre os alunos, peço que venham até mim e dou a vez de falar para cada um dos envolvidos. São questionados sobre suas atitudes agressivas para que, pelo menos naquele momento, reflitam sobre as suas ações.
São tantas as situações vivenciadas ao longo desses 23 anos de docência... Decisões das mais variadas foram sendo tomadas para esclarecer, elucidar e fazer com que os alunos reflitam...
Algo que sempre deu muito certo nesses últimos anos foi a elaboração de regras (deveres e direitos), partindo das vivências dos alunos. Ou seja, estas regras são estipuladas depois de algum tempo de aula, pois assim as crianças já estão se relacionando num ambiente novo, com pessoas diferentes, e conforme as colocações da professora sobre a padronização de comportamentos sociais, neste período, elas terão algumas noções de convivência em grupo, conseguindo “ver”, o que é certo e o que é errado.
Sugestões dos alunos do 1º ano, para o que chamamos de “combinações da turma”: não gritar, não brigar, fazer o trabalho em silêncio e com capricho, não levantar do lugar a toda hora, usar as palavras mágicas (por favor, obrigado, com licença), não sujar a sala, guardar os brinquedos depois de brincar, fazer fila reta... E a lista vai longe!
Também converso muito com as crianças, dizendo que essas regrinhas estipuladas por toda a turma, devem ser respeitadas. Sendo assim, a aula se desenvolve de uma forma mais tranqüila e com maiores possibilidades de aprendizagens, respeito, cooperação e responsabilidade.
Às vezes, precisamos retomar as combinações para que aqueles alunos que são mais distraídos ou com mais dificuldades de assimilação, possam ser lembrá-las.
O desenvolvimento moral é uma construção diária. Se observarmos todas as reações e atitudes dos nossos alunos, durante as brincadeiras, durante a realização das atividades, ou em qualquer momento, poderemos estimulá-los, ou ainda, provocá-los, no sentido de tentar equilibrar a experimentação com a reflexão em comum.
Respeitar o processo de desenvolvimento moral, não achando mais, certos comportamentos como violentos, mas como característicos de uma determinada fase da construção da autonomia da criança, é uma ação positiva da escola, pois para que o sentimento de justiça se desenvolva, são necessários o respeito mútuo e a solidariedade entre as crianças e os adultos.
Conforme Piaget, nós educadores temos que colaborar no processo de desenvolvimento de nossos alunos, tanto do ponto de vista moral como racional.
Diariamente, na minha turma de 1º ano (alunos de 6-7anos), diferentes situações são vivenciadas, onde o desenvolvimento moral se caracteriza pelas dificuldades encontradas pela criança em se posicionar em relação ao pensamento de outra pessoa, conseguindo pensar apenas a partir do seu ponto de vista.
Por isso, cabe a nós professores “avaliarmos” cada situação vivenciada em sala de aula, como única, pois a construção das noções de justiça, solidariedade, intencionalidade e responsabilidade, incidem no comportamento das crianças de forma peculiar e individual.


CONCEPÇÕES DE ÍNDIO

Conhecer alguns aspectos dos povos indígenas brasileiros, através do que eles próprios dizem sobre si e proporcionar o conhecimento do modo de vida dos povos indígenas do Rio Grande do Sul, foi o que a Interdisciplina Questões Étnico-Raciais nos proporcionou através da seguinte atividade:
Ler, o texto “Os Índios no Brasil: quem são e quantos são”, escrito pelo representante do povo Baniwa, Gersen dos Santos Luciano.
Destacar as idéias principais e explicar como e por que se constituíram as contradições que seguem: índios X povos indígenas / generalização X identidade étnica. Sugerir formas de desfazer pré-conceitos que predominam ao se falar de povos indígenas.

OS ÍNDIOS NO BRASIL / QUEM SÃO E QUANTOS SÃO.
Para definir quantos índios habitam o Brasil, são utilizados diferentes métodos. Sendo assim, a obtenção de dados reais torna-se mais difícil.
Existem povos indígenas brasileiros que não foram contabilizados porque atualmente residem nas cidades ou em terras indígenas ainda não demarcadas ou reconhecidas, e por estarem ainda em vias de reafirmação étnica após anos de dominação e repressão cultural.
Por pressões políticas, econômicas e religiosas ou por terem sido despojados de suas terras e estigmatizados em função dos seus costumes tradicionais, os povos indígenas foram forçados a esconder e a negar suas identidades tribais como estratégia de sobrevivência.
Os primeiros habitantes do continente americano receberam o nome “índio”, porque, Cristóvão Colombo, em 1492, empreendeu uma viagem rumo às Índias, e devido às más condições climáticas, sua frota ficou à deriva, e ao alcançar uma região, imaginou que fossem as Índias.
Todos os habitantes nativos encontrados neste continente foram considerados como um só povo: os índios. Mas na verdade, cada índio pertence a um povo, a uma etnia identificada por uma denominação, como o Guarani, o Yanomami...
Mantendo-se a denominação de índio ou indígena, como uma identidade, promove-se a união de povos historicamente distintos e rivais na luta por direitos e interesses comuns.
A multiplicidade de formas de vida coletiva e individual é a principal marca do mundo indígena.
Enquanto a denominação índio ou indígena era negada pelos povos indígenas, as identidades étnicas particulares também eram negadas ou reprimidas. Ser chamado de índio era uma ofensa, pois caracterizava um ser inferior ou cultura inferior. Por isso, desde a década de 1950, uma parcela da população Baniwa foi substituindo a língua baniwa pela língua nheengatu ou língua geral, que era considerada uma língua de pessoas civilizadas, dos ditos caboclos ( aqueles que negavam sua origem nativa, mas que por não poder ainda se reconhecer como branco, se identificavam com o mais próximo possível do branco).
No início da década de 1980, começaram a ser valorizados os povos que falavam suas línguas originárias e praticavam suas tradições. O processo de reafirmação das identidades étnicas resultou na recuperação da auto-estima dos povos indígenas.
Graças ao fenômeno da etnogênese, os povos indígenas começaram a buscar o reconhecimento de suas etnicidades e de suas territorialidades.
A nova estratégia de aliança política pan-indígena leva à construção de uma unidade política articulada de povos culturalmente distintos, na defesa de seus direitos e interesses comuns.
Ser índio é ser cidadão brasileiro, é ter sua cultura valorizada, é ter consciência étnica, é representar uma expressão sócio-cultural importante do país.
Resgatando suas culturas e tradições, os povos indígenas estão resgatando principalmente a sua própria identidade. As novas gerações indígenas querem entrar e fazer parte da modernidade, garantindo um espaço social e identitário, onde haja a interação consciente com outras culturas que leve à valorização de si mesmo.
É preciso conscientizar os brasileiros de que muitos povos indígenas têm como prioridade fortalecer sua identidade e promover a valorização e a continuidade de suas culturas, de suas tradições, de seus saberes.
Esclarecer as pessoas menos informadas no que diz respeito à imagem pejorativa e preconceituosa de índio veiculada ao longo de séculos, pela escola e pelos meios de comunicação de massa, cada vez se faz mais necessário.
Não existe cultura estática e pura. Ela é sempre o resultado de interações e trocas de experiências de vida entre indivíduos e grupos sociais. Então, quanto mais diferenças possuírem as pessoas envolvidas, mais conhecimentos poderão ser adquiridos.
Aprendi muito com a leitura deste texto. Ele foi muito esclarecedor e informativo. Quando aluna, nunca gostei das aulas de História. Acredito que os meus professores, nessa época, também não tinham os devidos esclarecimentos sobre a situação dos índios, quando o território habitado por eles foi invadido e colonizado.
A História do Brasil, a partir de hoje, será contada por mim de uma forma mais substancial, no que diz respeito à real condição do índio brasileiro e à sua história de vida.
Os povos indígenas contribuíram e continuam contribuindo com sua cultura, seus conhecimentos e crenças únicas.
Conviver com indivíduos e grupos sociais culturalmente distintos, é uma prática de vida que precisa ser diariamente estudada, interpretada e adquirida, pois assim a intolerância e a violência entre povos serão superadas, dando lugar a incalculáveis e riquíssimos aprendizados.
Um povo, como os indígenas, que reassume e recria suas tradições, não pode ser considerado como inferior, pois esta não é uma tarefa fácil. A discriminação racial ainda existe, e para enfrentar de frente esta situação, é preciso muita determinação e consciência moral, social e política.
Será que os “brancos” seriam tão persistentes como os indígenas, ao defenderem seus costumes, suas tradições, suas histórias de vida?
REFERÊNCIAS
Texto extraído do Livro “O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje” - Brasília, 2006.
Autor: Gersen dos Santos Luciano - Baniwa
Site: http:// www.trilhasdeconhecimentos.etc.br/

ATIVIDADE DIDÁTICO-PEDAGÓGICA - 1ª PARTE

ATIVIDADE PROPOSTA PELA INTERDISCIPLINA: QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO: SOCIOLOGIA E HISTÓRIA.

A partir das reflexões e leituras dos enfoques temáticos, elabore uma atividade didático-pedagógica, contemplando a diversidade étnica e racial e a desenvolva em duas aulas (08 horas) com a sua turma de alunos. A produção escrita desta tarefa necessitará conter os seguintes itens: a temática, os objetivos, os desdobramentos em sala de aula, os conceitos-chave trabalhados e suas considerações finais sobre o que significou pensar e planejar uma ação educativa com esta abordagem em sua escola. Neste último item é importante que sejam colocadas as percepções e observações surgidas durante o trabalho com os alunos, articulando-as com algumas das contribuições teóricas dos textos e autores lidos para a interdisciplina.

Texto sugerido para leitura, como base para o trabalho: Era uma vez uma menina muito bonita: Uma prática pedagógica relacionada com a questão racial em uma turma de alfabetização, de Luicane Andréia Ribeiro Leite.

1ª etapa: planejamento e apresentação da proposta da prática

TEMÁTICA: EU NÃO SOU SÓ UMA COR!

TURMA: 1º ANO.

TEMPO DE DURAÇÃO: 8 HORAS

OBJETIVOS:

Reconhecer que todas as pessoas têm deveres e direitos, como cidadãos.

◘ Identificar que características físicas diferentes, tornam o mundo mais bonito.

◘ Reconhecer que o povo brasileiro é o resultado de influências étnicas diferentes.

◘ Desenvolver uma atitude de empatia e solidariedade para com aqueles que sofrem de discriminação.

◘ Valorizar o convívio pacífico e criativo dos diferentes componentes da diversidade cultural.

CONCEITOS - CHAVE: respeito, diversidade, culturas, discriminação, cidadania, deveres e direitos.

DESENVOLVIMENTO:

PRIMEIRO DIA

Trazer para a sala de aula uma professora negra da nossa escola, para juntamente comigo, ser entrevistada pelos alunos. Observação: todas as perguntas formuladas devem ser respondidas por nós duas, a fim de que os alunos possam perceber as diferenças ou semelhanças existentes entre elas.

Se for necessário, tanto a nossa convidada como eu, iremos conduzir alguns questionamentos das crianças, para que não somente as características psicológicas se manifestem, mas também as físicas sejam expostas.

Após a entrevista, os alunos irão desenhar a professora convidada.

Ainda no mesmo trabalho, serão escritas algumas características da professora negra, sejam elas resultantes da entrevista ou observadas pelos alunos implicitamente.

Pedir então para que as crianças me desenhem. Durante esta atividade ir perguntando aos alunos se as professoras desenhadas apresentam características iguais e/ou diferentes, que também serão registradas por escrito.

Expor na sala de aula os trabalhos dos alunos.

Identificando a cor da pele da professora convidada, eis que um diálogo informal se fará presente: quantos alunos negros há em nossa escola? quem tem um (a) amigo (a) negro (a)? quais são as brincadeiras preferidas destas crianças ? onde mais encontramos pessoas negras?

Como tema, as crianças deverão trazer para o dia seguinte, uma foto ou figura de uma pessoa negra e outra de uma pessoa branca, ou de qualquer outra etnia.

SEGUNDO DIA

Colocar todas as imagens trazidas pelos alunos e também pela professora (visto que nem todas as crianças conseguem realizar este tema), em cima das mesas unidas, para que todas elas sejam observadas ao mesmo tempo. Questionar as crianças como as pessoas das fotos estão vestidas, onde elas poderiam estar, o que elas estão fazendo...

Novamente levantar a questão das semelhanças e diferenças encontradas nas fotos e/ou figuras.

Para continuar o trabalho, depois de elencar uma série de características das imagens, ver com as crianças de que forma as figuras trazidas podem ser coladas em uma cartolina, levando em consideração a conclusão obtida, ou se preciso induzida, de que negros e brancos são seres humanos com as mesmas possibilidades de vida.

Espera-se que os alunos decidam colar todas as imagens misturadas, ou seja, sem organizar conforme a cor da pele.

Após o término desta atividade, fazer um convite a todas as turmas para que venham até a nossa sala e observem as produções dos alunos do 1º ANO.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acredito que se eu chegasse a aplicar este planejamento com meus alunos do 1º ANO, tudo transcorreria de uma forma bem tranqüila e com resultados positivos, visto que conheço muito bem a minha turma, apesar de não estar em sala neste momento.

Como em nossa escola, neste ano temos algumas inclusões (crianças com características bem aparentes), meus alunos já começaram a percebê-las, é claro, mas com bastante naturalidade, demonstrando até de uma certa forma, carinho por elas. Em nossa sala de aula, à tarde, no outro 1º ANO, há um cadeirante, e por esse motivo, há para ele uma mesa diferenciada. Informei aos meus alunos que este menino, por ser diferente, precisa de uma mesa que facilite seu aprendizado.

As crianças, nesta idade, são muito observadoras e pouco preconceituosas. Vejo também, que eu, como educadora e cidadã brasileira, preciso observar mais meus alunos para conhecê-los como cidadãos de diferentes etnias, para que eu possa mostrar a todos eles, que somos diferentes sim, e é graças a estas diferenças que o mundo se torna mais rico, mais surpreendente e mais forte.

Qualquer tipo de discriminação precisa ser bem trabalhado com os alunos, pois a qualquer momento podem se deparar com situações não muito comuns.

Tenho muito ainda que aprender sobre a diversidade étnico-racial do meu entorno e principalmente da minha comunidade escolar, para que juntos possamos construir conceitos densos, aprofundados e verdadeiros, que superem os pré-conceitos que, infelizmente, não sei até por quanto tempo, resultam na discriminação.



Todo ser humano deve ser respeitado independentemente da cor da sua pele. Ser branco, negro, amarelo ou vermelho, não significa que uma pessoa seja melhor ou pior do que a outra. Significa apenas que temos sim, características físicas diferentes.
Todas as pessoas têm direitos, mas para viver em sociedade também é exigido ao cidadão que ele cumpra certas regras, que são os deveres. Respeitar as outras pessoas, suas escolhas e suas opiniões, é uma de nossas obrigações. Discriminar alguém, seja qual for a razão, é considerado crime e pode ser até motivo de prisão.