segunda-feira, 30 de novembro de 2009

ENSINO E APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS

Na interdisciplina Educação de Jovens e Adultos tivemos que fazer em grupo, uma pesquisa sobre Realidades e Contextos da Educação de Jovens e Adultos.
Dentre as quatro propostas, o meu grupo escolheu a terceira: entrevistar 7 educandos.

As perguntas propostas na entrevista sugerida são baseadas na Pesquisa Participante “Quem são os alunos e alunas do EJA?”, realizada com o coletivo do SEJA, Serviço de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre, em 1997. Esta pesquisa tomou como referenciais principais, mas não exclusivos, as idéias de Paulo Freire. Ela foi coordenada por educadores do SEJA assessorados por Adriano Nogueira, Carlos Rodrigues Brandão, Marta Kohl e Sérgio Haddad, e buscou compreender as pessoas do SEJA, as relações entre trabalho e vida, a participação dos alunos do SEJA em projetos coletivos, seus sonhos/ideais e dados de sua escolaridade.
O trabalho solicitado, aqui, visa possibilitar a construção de uma compreensão ampliada sobre os alunos jovens e adultos, sua vida, sua história, suas relações com o mundo do trabalho e com a educação. Ela se justifica pela quase total inexistência de registro histórico a respeito da Educação de Jovens e Adultos em algumas regiões de nosso Estado bem como pela relativa carência de dados que caracterizem as pessoas que freqüentam a EJA nesses espaços. Também se constitui em possibilidade de reflexão sobre a práxis desde o olhar lançado pelos alunos.
A pesquisa se organiza em 3 (três) Blocos:

a) pesquisa sócio-demográfica;
b) pesquisa sócio-cultural;
c) pesquisa sócio-cognitiva.

Cada um desses Blocos está relacionado a determinadas perguntas que ajudam a compreender melhor a realidade do educando jovem e adulto. Para que esta finalidade se cumpra, propõe-se que sejam feitas as seguintes questões por Bloco:

a) PESQUISA SÓCIO-DEMOGRÁFICA
1. Qual é a tua idade?
2. Qual é o teu local de nascimento?
3. Qual é o teu estado civil?
4. Qual é o teu município de moradia?
5. Há quanto tempo moras neste município?
6. Por que vieste para este município?
7. Como é a tua moradia?
8. O que tem na tua moradia?
9. Além de ti, quantas pessoas moram na casa?

b) PESQUISA SÓCIO-CULTURAL
1. O que fazes no teu tempo livre?
2. Executas alguma atividade artística?
3. Com que freqüência vais a: bailes, bares, igreja, cinema, teatro, shows?
4. Como tu ficas sabendo do que acontece: colegas, jornal, música, rádio, revista, TV?
5. Participas de algum grupo (associação de moradores, escola de samba, sindicato, partido político, time, grupo de dança, grupo religioso, grupo de jovens, centro comunitário, outro)?
6. Tens alguma religião?
7. Qual é o teu grupo religioso?
8. Usas alguma assistência médica?
9. Quem procuras quando tem alguém doente na família?
10. Se pudesses escolher alguma pessoa para ser, quem serias: seria eu mesmo(a), eu mesmo(a) com uma vida melhor, político, ator/atriz/artista, patrão/chefe, intelectual/escritor/cientista, personagem de TV/novela, piloto de avião, ninguém, esportista, não sabe responder, outro?

c) PESQUISA SÓCI0-COGNITIVA
1. Com que idade aprendeste a ler?
2. O que costumas ler?
3. Com que idade aprendeste a escrever?
4. O que costumas escrever?
5. Já paraste de estudar alguma vez?
6. Por que estas estudando aqui?
7. Em que nível ou totalidade tu estás?
8. O que gostas aqui?
9. O que precisa ser modificado?
10. Que tipo de aula preferes?
11. Alguém te incentiva a estudar?
12. Alguém te tira o incentivo com relação aos estudos?
13. O que é ser um(a) bom(boa) professor(a)?
14. O que é ser um(a) bom(boa) aluno(a)?
15. Tu estás trabalhando atualmente?
16. Em que trabalhas atualmente?
17. Com quantos anos começaste a trabalhar?
18. Com o que gastas o teu dinheiro?
19. O que fazes com o dinheiro que sobra?

Para ler as entrevistas na íntegra, acesse o link abaixo:

http://grupo5saidadecampo.pbworks.com/Entrevistas

APÓS ESTAS ENTREVISTAS, TIVEMOS QUE ELABORAR UM PÔSTER QUE SERÁ APRESENTADO EM UMA AULA PRESENCIAL.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

LIBRAS - FACILITADORA DA COMUNICAÇÃO - COMPLEMENTO

Questionamento da tutora Márcia Caetano: Então, como você percebe a troca de aprendizados entre surdos e não surdos?
Uma aprendizagem bem significativa que deve acontecer com os não surdos, frente aos surdos é: ser paciente, ser observador, estar calmo, gostar de desafios, acreditar na possibilidade de comunicação, não demonstrar pena, e principalmente aprender a viver com a mesma alegria que os surdos vivem, quando utilizam a LIBRAS, Língua Brasileira de Sinais.
Também acredito que para acontecer um encontro harmônico entre as pessoas surdas e as não surdas, é fundamental que todas, estejam motivadas e abertas para aprenderem e ensinarem tudo o que puderem.
Espero que num momento não tão distante, todas as pessoas, com deficiências ou não, possam juntas adquirir conhecimentos que acrescentarão às suas vidas, mais sensibilidade e prazer em aprender!
Temos sim que nos apropriar de qualquer forma de comunicação para que a linguagem seja desenvolvida dentro de qualquer contexto seja ele histórico e/ou social.
Ainda estou engatinhando no que diz respeito à comunidade surda, à pessoa surda, à língua de sinais, mas tentarei ser auxiliada para ficar de pé , e então, poder auxiliar também!

2ª AULA PRESENCIAL - COMPLEMENTO

Questionamento feito pela tutora Márcia Caetano: Já que você afirmou desconhecer a EJA, eu gostaria de saber o que você pensava sobre essa modalidade de ensino, antes de tomar contato com essa interdisciplina. Desta forma você poderá trazer as evidências do seu aprendizado.

Sinceramente, eu simplesmente sabia que em minha escola é oferecida a EJA, onde pais de alunos meus estão estudando, bem como seus filhos mais velhos. Também já ouvi muitos comentários a respeito da evasão escolar, nessa modalidade de ensino. Assim que entrei em contato com a Interdisciplina EJA, fui fazendo reflexões e descobrindo como se estrutura esta modalidade de ensino.
Em relação à grande diferença de idades, acredito que o que for ensinado, não será assimilado da mesma forma por toda a classe, e por isso, a metodologia a ser aplicada pelo educador, tem que ser bem pensada para que os objetivos sejam alcançados pela maioria dos alunos. As características individuais de cada um dos educandos devem ser respeitadas e levadas em consideração, principalmente quando forem avaliados, pois cada etapa do desenvolvimento cognitivo não se apresenta da mesma forma, em indivíduos com características tão diferenciadas.
Ao ler o texto "Alfabetização de adultos: ainda um desafio", de Regina Hara, destaquei algumas idéias principais: alguns grupos procuram fazer da prática educativa de alfabetização, também um desafio de ordem política; uma ação alfabetizadora deve tomar como ponto de partida o que os jovens e adultos sabem; não é o método que se elege que promove a alfabetização, mas é todo um conjunto de conhecimentos e a postura intelectual que adotamos com relação aos sujeitos e ao objeto de aprendizagem; o ato de escrever é indissociável da função expressiva e comunicativa da escrita, e, portanto, das coisas do mundo, do que há para expressar e comunicar na vida; a proposta de alfabetização de jovens e adultos é partir do que cada um sabe e oferecer oportunidade de reflexão e prática até chegar à leitura e escrita competentes. A leitura do mundo deve ser feita pela EJA, antes mesmo de aprender formalmente, a ler e escrever. Trazer para dentro da sala de aula, o mundo dos educandos, possibilita aos jovens e adultos, uma infinidade de oportunidades de construção de conhecimentos.
A partir da leitura do Parecer CEB nº 11/2000, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, fiquei ciente de vários assuntos: dos conceitos e funções da EJA; das exigências que são feitas e que aspectos precisam ser considerados, em se tratando da formação dos docentes voltados para EJA; das relações existentes entre educação e trabalho, propostas pelas Diretrizes Nacionais da Educação de Jovens e Adultos, etc.
A EJA é um desafio e tanto para os educadores realmente comprometidos com a educação.

MAPAS CONCEITUAIS DOS PAs - COMPLEMENTO

Questionamento da tutora Márcia Caetano: "Não é a primeira vez que vocês trabalham com a metodologia de PA, então eu penso que seria interessante tu relatares um pouco do seu aprendizado nessa tarefa em cada etapa do processo. Você gostou de trabalhar com o PA?"

Quando minhas três colegas e eu escolhemos a questão inicial para o nosso PA, achei que era uma questão bem complexa, e por isso, teríamos que nos empenhar muito. A cada etapa do PA, fomos bem criteriosas.
As dúvidas e certezas contribuíram para a coleta de informações, pois sintetizaram os nossos saberes.
Quanto mais pesquisávamos, mais respostas encontrávamos. Os principais conceitos foram se "desenhando" a cada descoberta.
Quando tivemos que fazer uma auto-avaliação, passamos por um momento de grandes reflexões que também acabaram norteando ainda mais as nossas investigações.
A construção dos mapas conceituais foi aperfeiçoada. Do 1º mapa até o da síntese, conseguimos melhorias. Através deste último, observei que todas as etapas do processo foram imprescindíveis para que chegássemos à conclusões satisfatórias, atendendo o nosso questionamento inicial.
Trabalhar com o PA não é uma tarefa fácil, porém, como é realizada em grupo, o "fardo" não fica pesado para ninguém. A troca de idéias durante o processo de construção do PA enriquecem nossas certezas e dúvidas, porque aquilo que até então era uma certeza do grupo, passa a ter um teor diferente, tornand0-se uma dúvida. O que acontece com as dúvidas é que elas poderão ser respondidas com afirmações claras e objetivas, como também não serem respondidas em sua totalidade. E isso, não significa que o grupo não foi capaz de atingir o seu objetivo, mas sim, que, a nossa vida é cheia de questões a serem sempre repensadas, enriquecendo nossas buscas e nos levando a construir novos conceitos.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

QUESTIONAMENTOS!!!

SÓ GOSTARIA DE DEIXAR AQUI REGISTRADO, QUE AINDA PRETENDO ATENDER ÀS SOLICITAÇÕES DA TUTORA MÁRCIA CAETANO, O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL. ATÉ BREVE!

DESAFIOS E REFLEXÕES

Esta semana passei por uma experiência, até certo ponto curiosa. Devido a uma infecção na garganta, estava muito rouca. Quando "tentei" me comunicar com uma turma de 4ª série, onde trabalho com Artes, tive dificuldades. Esta turma é problemática em vários sentidos. São seis meninas e doze meninos, com idades de 9 a 14 anos. Além das dificuldades de aprendizagem, há o problema da indisciplina. Os meninos se xingam, ofendem qualquer pessoa com palavrões, gritam, agridem-se fisicamente, enfim, são muito agitados. Foi impossível dar a minha aula planejada, e então, acabei passando no quadro, um texto para copiarem. No momento da cópia, o silêncio se fez presente. Quando relatei à professora regente desta turma, como foi a aula, descobri que gostam de fazer cópia.
Na manhã seguinte, a voz praticamente desapareceu, mas foi possível trabalhar com os meus alunos do 1º ano. A maioria dos vinte alunos presentes, colaborou como pode. Escrevi no quadro o que faríamos inicialmente. A ordem foi lida por uma aluna que já sabe ler. Quando precisava me comunicar com eles, sussurrava no ouvido de uma criança, que transmitia aos colegas, os meus recados. A todo o momento, as crianças pediam silêncio e até chamavam a atenção daqueles mais inquietos, e dos mais distraídos. Em vários momentos procurei fazer gestos para me fazer entender. Horas funcionavam, horas não. Gesticulei para fazerem fila, gesticulei para dizer que íamos ao refeitório, gesticulei para fazerem a cópia do quadro em seus cadernos...
Como me lembrei da LIBRAS!!! Que beleza que existe esta língua de sinais! Claro que, se eu soubesse me comunicar através da LIBRAS, precisaria me dirigir a uma "platéia" que também usasse essa forma de expressão.
A comunicação pode ser feita de várias formas, basta usarmos a nossa sensibilidade, a nossa intuição, o nosso bom senso. Como costumo dialogar com meus alunos, acredito que me souberam  "interpretar" corretamente, porque a convivência diária, possibilita uma aproximação maior, não só física, mas principalmente afetiva. São formados laços tão fortes, que os alunos acabam entendendo a proposta do trabalho, pois, acostumados à uma certa rotina, ou seja, à uma organização pré-estabelecida, eles têm facilidade de assimilar diferentes práticas.
Assim como no filme "O menino selvagem", assistido para a realização de uma atividade na Interdisciplina de LIBRAS, houve uma resposta positiva ao tratamento de Victor, o menino selvagem, também obtive com meus alunos, respostas adequadas,que correspondem aos seus conhecimentos.
Quando somos desafiados, somos induzidos a fazer grandes e importantes reflexões, que podem nos guiar rumo ao sucesso.
Uma outra observação: como eu só sussurrava, os alunos acabaram imitando a minha prática. Com certeza, as crianças com esta idade, de 6 a 7 anos, conseguem se adaptar rapidamente, porque estão mais suscetíveis à mudanças.