sábado, 18 de abril de 2009

APRENDENDO SEMPRE!!!


Na Interdisciplina Desenvolvimento da Aprendizagem sob o enfoque da Psicologia II, como terceira atividade tivemos que pensar em alguma aprendizagem que construímos e descrevê-la.
A aprendizagem que eu construí até agora, mas que a cada dia tem tomado outra dimensão, é quanto ao uso das tecnologias, mais especificamente, quanto ao uso do computador.
Desde o início deste curso de Pedagogia à Distância na UFRGS, o computador, que já era algo que eu conhecia, mas superficialmente, incorporou-se aos meus estudos.
Deparei-me com uma situação que não me agradava muito (nunca fui fã desta ferramenta), porém sabia que se não me empenhasse em utilizar o computador, minhas aprendizagens como universitária também não tomariam o rumo desejado. Ou seja, paralelamente ao curso de Pedagogia também estou fazendo um curso de informática.
Essa aprendizagem com certeza está sendo construída, devido a minha pretendida formação acadêmica, em casa, no Pólo de São Leopoldo, em todos os lugares onde o computador se faz presente.
Sem dúvida alguma essa aprendizagem continua sendo construída com a participação de muitas pessoas. O que seria de mim sem o auxílio das competentes tutoras do Pólo? Sem a ajuda das colegas de curso? Sem a amizade das colegas de escola e também de curso, Daiany e Maria Luiza? Como é mais prazeroso e significativo aprender coletivamente!
Além da parte humana, utilizo sempre alguns materiais nessa construção: o próprio computador, as dicas impressas no final das atividades propostas pelas Interdisciplinas e leituras diversificadas.
Para realizar essa aprendizagem, até agora precisei retirar do meio físico e social a parte teórica, ou seja, abstrair aquilo que é do meu interesse e logo em seguida reconstruir aquilo que eu já tinha de conhecimento, por força dos elementos novos que acabei de abstrair.
A reflexão e a experimentação são ações poderosas e permanentes em qualquer construção de aprendizagem, por isso, faço delas minhas parceiras incondicionais.
A todo o momento preciso superar novos desafios, e por esse motivo faço tentativas e mais tentativas. Ou seja, vou tomando consciência de que aquilo que até então eu sabia, já não é mais o suficiente para atender aos meus anseios.
A assimilação e a acomodação neste processo são inevitáveis, pois para continuar adquirindo novos conhecimentos, é necessário estabelecer relações entre o que já foi adquirido e o que está sendo conhecido.
Graças aos conhecimentos prévios que há muito tempo foram adquiridos, e que de certa forma ficaram adormecidos, consegui aprimorar essa aprendizagem, a qual estou expondo e que por certo não pode ser dada como acabada. E é isso que me faz acreditar que APRENDER é uma ação repleta de descobertas e de infindáveis reflexões.
Se depender de mim, sempre procurarei ser um indivíduo pensante, crítico, que para e reflete diante de qualquer situação a ser resolvida, seja ela prática ou teórica, pois assim darei significado às minhas ações futuras, individualmente e coletivamente.

Aprender é proceder a uma síntese indefinidamente renovada entre a continuidade e a novidade (Inhelder, Bovet e Sinclair, 1977, p.263) A novidade trazida pela aprendizagem e a continuidade garantida pelo desenvolvimento (BECKER, 2001ª, p.25-6).

REFERÊNCIAS
BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos.
BECKER, Fernando. O que é construtivismo?
MARQUES, Tânia B. I. Epistemologia Genética.

O DILEMA DO ANTROPÓLOGO FRANCÊS - PARTE 2

Como próxima tarefa do fórum de Filosofia da Educação, o meu grupo teve que REFUTAR os argumentos de um grupo oposto, elaborando novos argumentos para DEFENDER a decisão do antropólogo.

Argumentos do grupo oposto:
Temos a convicção que uma mentira seguida de outra: primeiro em mentir para os nativos que ele era o mensageiro dos deuses e a partir dessa mentira, veio outra pior de que todos os homens brancos são mensageiros dos deuses. Com essa concordância ele não legitimou a crença daquele lugar, mas colocou os habitantes no risco de se tornarem escravos de homens brancos que chegarem por lá e não tiverem o bom senso para lidar com a situação. Não falando a verdade colocou-os em uma situação de dominação e inferioridade. Só podem ter contato com Deus aqueles que tiverem a pele branca.
Nossos novos argumentos:

1-Claude Lee mente exatamente para não ir contra as crenças daquele povo, mantendo-se fiel ao seu princípio de não interferir. As crenças de um povo também mudam ao longo dos anos, logo o antropólogo não quis intervir neste processo natural de mudança. Dessa forma, não se colocou como superior tentando inserir normas e conceitos exteriores às vivências deles.
2-O antropólogo era um profissional que seguiu a risca a ética que regia seu ofício, mesmo entrando em conflito com a situação a qual lhe foi imposta, ele agiu certo, caso ele optasse por mudar a visão e o pensamento dos nativos a atitude certa seria mudar-se para ilha e a partir daí mostrar a verdade para eles.
3-Mesmo que os homens brancos venham a habitar por muito tempo um lugar onde a crença do povo seja bem diferenciada da sua, não vai ser dizendo a verdade, que os nativos mudarão imediatamente seus costumes, ou seja, aquilo que acreditam, e durante esses longos anos, outras verdades podem se tornar absolutas ou ainda, serem derrubadas por água abaixo. O antropólogo simplesmente reforçou aquilo que até então, para os nativos era verdade, deixando-os numa situação de legalidade, de convicção, até mesmo de alento, ou ainda conformismo.

O DILEMA DO ANTROPÓLOGO FRANCÊS - PARTE 1

Na Interdisciplina Filosofia da Educação estou participando de um fórum em grupo. Para início da atividade, foi necessária a leitura do texto “O dilema do Antropólogo Francês”.

O meu grupo ficou responsável por DEFENDER a decisão do antropólogo. Tivemos que criar até três argumentos JUSTIFICANDO a decisão dele.
Argumentos apresentados pelo meu grupo após debates:
1-A crença daquele povo era bastante enraizada. Falar a verdade poderia trazer grandes dilemas existenciais porque estaria derrubando um mito, trazendo muitos conflitos e mudança a essência dos envolvidos, logo, o melhor era mentir.
2-Caso comecem a aparecer muitos mensageiros dos Deuses de pele clara, querendo explorar os nativos, talvez fosse chegado à hora de eles próprios, pela experiência, começar a duvidar de suas crenças, portanto não haveria necessidade naquele momento do antropólogo falar a verdade.
3-Como a missão do antropólogo é pesquisar os hábitos dos nativos, ele mente para ganhar credibilidade, mas os próprios nativos parecem duvidar de suas crenças uma vez que questionam o observador, então a vulnerabilidade a que ficariam expostos poderia ser somente um conflito interno do antropólogo.

EDUCAÇÃO ESPECIAL - FÓRUM

Na Interdisciplina EPNEE foi aberto o fórum “Educação Especial: histórias e políticas” a fim de debatermos nossas idéias acerca da educação especial, sua história, as escolhas que a constituem e nosso encontro com a área. Conhecimentos? Surpresas? Idéias preconcebidas?

Os questionamentos norteadores para iniciar o debate foram os seguintes: A Educação especial tem sido caracterizada por muitas mudanças.* Quais são os direcionamentos dessas mudanças? * De que maneira vocês se sentem envolvido/as nesse processo? *Quais foram as principais novidades encontradas nas leituras?
Assisti a dois vídeos sugeridos. A partir daí comecei a participar do fórum procurando estabelecer um debate com pelo menos duas colegas.

1ª PARTICIPAÇÃO:
Ainda não li os textos sugeridos, mas acabei de assistir aos filmes. A ligação entre eles é óbvia! Falar sobre pessoas com necessidades especiais, não só as educacionais, é algo que não pode mais ficar de fora das discussões entre todas as pessoas preocupadas com o tema inclusão. Educadores e pais são os que mais lutam para que a inclusão tome o seu devido espaço, pois assim como falou a colega Roseli, a inclusão é um movimento justo, mas que está sendo encarada com muita superficialidade. Esta superficialidade está acontecendo nitidamente em minha escola, que este ano está recebendo em número maior, crianças com necessidades educacionais especiais. Temos dois cadeirantes que não apresentam apenas dificuldades motoras, uma outra criança que já freqüenta a APAE, outra que faz tratamento na AACD... Mas pelo que assisti nos filmes é necessário que estas crianças tenham um atendimento educacional especializado dentro da própria escola, para que assim possam participar com mais entendimento das aulas em sala de aula normal, ou seja, do ensino regular. Mas como ainda não há esse atendimento especializado, em minha escola, nós professores temos que enfrentar esta situação com garra, esforço, persistência e sem dúvida com muita afetividade, assim como diz a colega Maria Aparecida. Pois conscientes de que a inclusão é necessária a estas crianças, temos que continuar a trilhar esse caminho, pois queremos também que nossos alunos possam chegar cada vez mais perto de uma resposta educacional completa e de acordo com seus limites.

2ªPARTICIPAÇÃO:
Olá, colegas! Lendo as últimas postagens de minhas colegas, percebi novamente que a nossa preocupação com o tema inclusão continuará dando muito o que falar. E como somos um dos principais interessados por este assunto, é fundamental que continuemos a lutar, a ir atrás de tudo que possa servir de alavanca propulsora para atendermos crianças com necessidades especiais, da melhor forma possível. Assim como disse a colega Márcia Regina, concordo que não podemos resolver esta situação individualmente, pois não somos super-heróis, com super poderes, temos que contar, e muito com a participação das famílias dos sujeitos envolvidos. Mas também como a Márcia relatou, é preciso que estas famílias tenham consciência de todos os seus direitos para que possam reivindicá-los de modo legal. Muitos pais ainda acham que a escola é a principal responsável em atender seus filhos com necessidades educacionais especiais, sem terem o conhecimento de que é preciso contar muitas vezes com uma estrutura diferenciada para atendê-los adequadamente. Não estou falando só da parte física, mas também e principalmente de um atendimento educacional especializado, que falta totalmente em minha escola ,por exemplo, que já conta com casos de inclusão. Outro ponto importante destacado pela colega Sandra é que nós não temos tempo para investigar mais a fundo o mundo desses alunos de inclusão, ou seja, não conseguimos nem ao menos relatar nossas experiências dentro da própria escola na qual trabalhamos a outros colegas, para que todos os que constituem a escola fiquem cientes dos sujeitos que estamos atendendo, e se possível possam contribuir com exemplos concretos para um melhor desenvolvimento dessas crianças. Até mais, Fê.

3ªPARTICIPAÇÃO:
Considerando o que a colega Roseli disse e concordando com a colega Márcia Regina, os imprevistos podem acontecer a qualquer momento, em qualquer circunstância e com qualquer indivíduo. Para atendermos nossos alunos, independente de suas dificuldades, temos que respeitar suas individualidades, pois quantas vezes nos deparamos com crianças, ditas normais, com problemas tão absurdos que de imediato nos assustam e até mesmo nos desestruturam? Claro que devemos tratar os alunos com necessidades educacionais especiais com um olhar mais diferenciado porque são casos que até pouco tempo não faziam parte do nosso dia-a-dia, ou seja, estamos tendo sim que aprender com o NOVO, mas também levando em conta os conhecimentos que já possuímos, pois eles servem de base para novas assimilações. Ainda refletindo sobre as postagens das colegas Roseli e Márcia Regina, lembrei-me de quantas vezes tive que levantar a auto-estima dos meus alunos, dizendo o quanto são especiais, mesmo apresentando problemas. Temos que ressaltar sempre às pessoas que somos constituídos de limitações, mas certamente também de grandes habilidades. Isso podemos ver diariamente em nossas salas de aula: Mariazinha faz cálculos mentais corretos, com uma enorme rapidez, mas ao produzir um texto, quanta incoerência! Constantemente brinco com uma colega, professora de Educação Física, que ela nasceu para exercer esta função, enquanto eu, nem pensar... Mas ela ainda complementa dizendo que quando crescer quer ser criativa como eu. Então, viva as diferenças! Beijos e até mais, Fê.

terça-feira, 14 de abril de 2009

IDENTIFICANDO EPISTEMOLOGIAS

Ao realizar a atividade sobre teorias psicológicas, proposta na Interdisciplina do eixo II “Desenvolvimento e Aprendizagem sob o enfoque da Psicologia I”, respondemos a três questões sem utilizar referencial teórico.

1) O que é, para você, o conhecimento?
É um conjunto de aquisições de informações, que são oferecidas por vários “instrumentos”: livros, televisão, revistas, educadores (professores), internet, e outros, e que são compreendidas de acordo também, com as experiências de vida do próprio indivíduo, no meio em que vive.
2) Para você, como ocorre a aprendizagem?
A aprendizagem ocorre quando o indivíduo assimila e compreende conhecimentos adquiridos por ele e que podem sofrer transformações constantes, conforme a interação do sujeito com o objeto do conhecimento.
3) Considerando suas respostas anteriores, como deveria ser, na sua opinião, ensino na escola?
O ensino nas escolas deveria ser fundamentado principalmente nas experiências de vida dos alunos, oferecendo a eles situações que favoreçam a aquisição de conhecimentos e as conseqüentes aprendizagens. Isso pode ocorrer através de atividades onde o professor oportunize a reflexão, a discussão, a troca de idéias, o levantamento de hipóteses, a problematização, entre os alunos.
O professor deve também aproveitar a bagagem cultural trazida pelos alunos.

Agora, ao analisar minhas respostas e utilizando como apoio o texto Modelos Pedagógicos e Modelos Epistemológicos do prof. Fernando Becker, algumas reflexões devem ser apontadas.
De acordo com os três modelos pedagógicos referidos no texto, percebi que tais respostas estão mais claramente relacionadas à pedagogia relacional.
Na terceira questão afirmei que o professor deve oportunizar ao aluno momentos de reflexão, através de atividades desafiadoras, pois assimilar, ou ainda, aprender, implica em desacomodação/acomodação. E para que esta ação leve a novas aprendizagens é decisiva a intervenção do educador. Sendo assim, ensino e aprendizagem fecundam-se mutuamente.
O aluno aprende algo, ou seja, constrói um conhecimento novo, se ele puder agir e problematizar a sua ação se houver a possibilidade do sujeito interagir com o objeto do conhecimento. (questão 2)
Também fiz referência à bagagem cultural do aluno, ou seja, acredito que tudo que é constituído ao longo da vida serve de patamar para novas construções, para novas descobertas. E, quanto mais ações desse tipo se precipitar, assimilações mais consistentes serão estruturadas.
Para construir o mundo que se quer, e não simplesmente reproduzir/repetir um mundo já construído por nossos antepassados, é fundamental recriarmos cada conhecimento já criado pela humanidade. Reinventar é condição primeira para se criar um ambiente repleto de possibilidades de aprendizagem.
A proposta pedagógica relacional é um modelo a ser seguido por educadores que não querem sucumbir às velhas fórmulas que constituem outros modelos epistemológicos, que não o construtivismo.
Com base nessas considerações, é possível concluir que o ensino na escola, quando parte da experiência do educando, recupera o sentido do processo pedagógico, ou seja, recupera e (re) constitui o próprio sentido do mundo do educando e com certeza do educador que também aprende, e muito, enquanto ensina.


REFERÊNCIAS

BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos.