segunda-feira, 25 de maio de 2009

AUTO-IMAGEM/AUTO-ESTIMA

Na aula presencial de "Questões Étnico - Raciais na Educação: Sociologia e História", no dia 20/05, no primeiro momento, assistimos à palestra da professora Marilene Leal Paré, a qual tratava de algumas questões conceituais trabalhadas até agora em nossa caminhada.
Em alguns momentos não consegui entender sua fala, devido à qualidade do áudio, ma algumas de suas colocações quero registrar aqui:
#busca da ancestralidade: o que aconteceu de significativo no mundo, quando eu nasci? como foi minha infância até os quatro anos de idade? quem faz parte da minha árvore genealógica?
#a sociedade brasileira é etnicamente desigual;
#o Brasil é o segundo maior contingente do mundo com população de negros;
#mais de 50% da população brasileira é de afro-descendentes;
#a criança negra tem necessidade de colocar seus sentimentos;
#a cultura familiar (valores), deve ser preservada ao longo da construção histórica;
#o outro é o diferente que me complementa.
Para finalizar o vídeo, Marilene Paré declamou o poema de Roseana Murray, intitulado:

Espelho

Olho o mar. O horizonte levemente pousado na água. Onde céu e mar se encontram: território dos sonhos.
Onde eu termino e o outro começa: território dos sonhos.
Por que desde sempre quisemos reduzir o outro em nós mesmos?
Por que temos tanto medo da diferença, da dissonância, do que existe atrás da porta?
Nós, humanos, somos animais repetitivos. Sempre andamos pelo mesmo lado da calçada, comemos a mesma comida, fazemos os mesmos gestos, usamos sempre as mesmas palavras. Que o outro seja igual a mim, o meu espelho, amém.
A diferença é o que pode nos emocionar, mudar nossos gestos, nosso olhar sobre as coisas. E isso é muito perigoso, pois estranhas cantigas acordam conteúdos ador-mecidos ou esquecidos.
Em muitas civilizações o dife-rente era aniquilado. Povos in-teiros eram e ainda são aniquilados. A história nos fala todo tempo desta destruição.
Ouvir as diferenças é alargar o território do sonho. Abrir a porta que dá para o outro lado e aceitá-lo no que ele tem de diverso é a única ponte possível para a convivência humana.
Que o outro seja o espelho que me enriquece.
Roseana Murray

Na segunda parte da aula, trocamos experiências acerca das atividades já realizadas e das que estão em andamento.
Algumas colegas se manifestaram afirmando que através desta Interdisciplina, estão tendo novos olhares a respeito das questões étnico-raciais, principalmente em relação à Educação, à sala de aula.
Assim como elas, também me desacomodei, pois tratar sobre este assunto, com a sua devida atenção e importância, mudará as relações professor/aluno.
A partir da identificação das 9 dimensões da expressão afro-cultural (detectadas pelo psicólogo afro-norte-americano Boykin e sua equipe), podemos compreender o por quê das atitudes comportamentais dos nossos alunos negros, e assim tentarmos elevar a sua auto-imagem, a sua auto-estima.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

DIVERSIDADE ÉTNICO -RACIAL NA ESCOLA

Na Interdisciplina Questões Étnico-Raciais na Educação: Sociologia e História, no enfoque II(Diversidade na escola: mosaico étnico-racial), a proposta do trabalho foi elaborar um mosaico étnico-racial em conjunto, com os alunos. Após a elaboração do mosaico, discutimos com nossos colegas, através do fórum, as impressões e reflexões suscitadas.
ENFOQUE II: DIVERSIDADE NA ESCOLA
MOSAICO ÉTNICO – RACIAL
Fernanda Beatriz Silva dos Santos

A atividade proposta pela Interdisciplina Questões Étnico-Raciais na Educação: Sociologia e História, foi desenvolvida com uma turma do 3º ano.
Como trabalho com esses alunos com Artes, começamos a nossa aula com dobraduras de um índio e de uma oca.
Quando as crianças foram pintar as dobraduras, começaram a perguntar sobre algumas características do índio: qual a cor do cabelo, tamanho dos olhos e até mesmo sobre a cor da pele. A partir desses questionamentos, começamos a conversar sobre as diversas etnias. Logo perceberam que ali mesmo, na sala de aula, estavam convivendo com pessoas cheias de diferenças. Uns são morenos, outros mais claros, uns são baixos e outros são mais altos, uns são magros e outros menos magros, uns têm cabelos lisos e outros têm cabelos encaracolados... E assim foram listando uma série de características diferentes.
Logo em seguida, pedi para que desenhassem seu rosto, tentando ser o mais fiel possível às suas características, como por exemplo: formato do rosto, cor e formato dos olhos, cor e comprimento dos cabelos...
Algumas crianças precisaram da ajuda dos colegas, pois não sabiam nem dizer de que cor eram seus olhos.
Assim que se desenharam, pedi para que procurassem em revistas, fotos de pessoas que se parecessem mais com seus pais. A maioria teve dificuldades em encontrar as fotos, mas nem por isso desistiram do trabalho. Acredito que um dos motivos de tal interesse seja o fato de que disse a eles que estavam me ajudando a realizar um trabalho da faculdade.
Enquanto eles iam procurando as fotos fizeram muitos comentários: o meu pai é gordinho, a minha mãe tem cabelo grande, meu pai é carequinha, esta aqui é muito parecida com a minha mãe...
Alguns alunos resolveram desenhar também, perto de seus auto-retratos, corações. O motivo? “Ah, profe, eu amo meus pais!”
Num certo momento também comentei com as crianças que meu bisavô paterno era índio. Eles ficaram admirados! Um menino não resistiu e logo disse que meus olhos pareciam mais com os olhos de uma japonesa.
Esta atividade rendeu um bom resultado, visto que tive apenas duas horas para realizá-la.
Depois que todos haviam terminado, perguntei às crianças por que se desenharam sorrindo, e ouvi duas belas respostas: porque o trabalho que fizeram foi legal e porque são felizes.
Para finalizar o trabalho e para mostrar que existem “muitas raças misturadas pelo mundo” (fala de um aluno), resolvemos colocar no centro do mosaico figuras de pessoas que a gente vê em muitos lugares, até mesmo bem pertinho da gente, que são os brancos, o índio e os negros.
Foi bacana perceber que estas crianças mesmo não conhecendo quase nada sobre sua origem, gostam do que são, como são, com que vivem e com quem convivem.
SOMOS ESPECIAIS POR SERMOS DIFERENTES!!!

DETALHE CENTRAL DO MOSAICO, ONDE SETAS INDICAM QUE A FORMAÇÃO DE UMA POPULAÇÃO SE DÁ COM A MISTURA DE VÁRIAS RAÇAS.

LOGO NA INFÂNCIA, COMEÇAMOS A APRENDER A IMPORTÂNCIA DOS NOSSOS DIREITOS, E DESCOBRIMOS QUE NENHUMA PESSOA É MELHOR OU PIOR DO QUE OUTRA POR CAUSA DA COR DA SUA PELE OU POR CAUSA DE SUA RELIGIÃO. NÃO TER PRECONCEITOS É UMA DAS PRINCIPAIS
FORMAS DE RESPEITO AOS DIREITOS DE TODAS AS PESSOAS.