segunda-feira, 28 de junho de 2010

QUEM PLANTA, COLHE!

Estou fazendo a eletiva Laboratório em Ciências Naturais I, e uma das atividades que precisamos realizar é a tão famosa experiência do feijão. Tivemos que realizar a experiência em casa, com familiares, e na escola, com os alunos. Tanto na escola como em casa escolhi observar quatro condições. Todos os feijões foram colocados em algodão umedecido com água. Em cada copo plástico foram
colocadas quatro sementes de feijão. Um copo foi colocado bem próximo à janela, outro no escuro, outro no banheiro e o último num lugar mais neutro. A cada dia, todos os copinhos foram observados e comentados. A maioria brotou. O que quero deixar aqui registrado, não são as observações feitas nestes dias de investigação, mas sim a iniciativa tomada por minha aluna do 1º ano, a Bruna. No mesmo dia que começamos a experiência, Bruna chegou em casa e com a ajuda da mãe, também iniciou a mesma experiência. Assim que os feijões de Bruna começaram a brotar, eles foram levados para a escola. Todos os outros alunos ficaram admirados com a experiência de Bruna, pois eram mais visíveis as transformações dos feijões. Bruna disse que todos os dias molha um pouquinho os seus feijões, que ficam na cozinha de casa, em cima de um balcão. Seus colegas se empolgaram e disseram que também iriam plantar feijão no algodão. Bruna ficou muito orgulhosa com a atenção que recebeu dos colegas, e eu feliz por ter provocado em Bruna, através de uma "simples" experiência, a sua curiosidade!

domingo, 20 de junho de 2010

O INÍCIO, O MEIO E O FIM!

ATIVIDADE DO 2º DIA DE ESTÁGIO

Foi exatamente 45 dias de estágio, 180 horas. Desde o início do estágio, tínhamos que ao final de cada semana de trabalho, fazer nossas reflexões. Assim como a minha tutora Luciane sugeriu, a teoria de Vygotsky me ajudou no desenvolvimento do meu projeto de estágio, pois a maioria das atividades planejadas por mim levou em consideração as relações interacionistas. Elas foram geradoras de aprendizagens muito significativas, pois a maioria dos alunos pode exercer sua capacidade dialógica. Do início do estágio até o último dia, houve um notável desenvolvimento intelectual na vida escolar de meus alunos. Alguns que nada diziam, hoje já conseguem se expressar oralmente de forma bem tímida, mas muito válida. Outros que já participavam um pouco, hoje participam mais! O estágio foi um período de superações, se for levado em conta a qualidade de minhas reflexões semanais. A primeira foi:

Todos os objetivos propostos nesta semana foram contemplados. O comportamento dos alunos teve grande influência ao realizarem as atividades. Estavam menos agitados e mais interessados e participativos. Um momento não comentado até agora, deixou-me feliz, pois percebi que ainda é possível crer que a inocência da criança existe e que podemos fazer dela uma aliada nossa. Crianças com esse desenvolvimento cognitivo precisam ser estimuladas sempre! O ambiente escolar tem que ser prazeroso, alegre e lúdico, assim como tento planejar.

- Gente, quais são as diferenças entre o Gabriel e a Patrícia? (desenhos expostos na sala de aula)

Primeiramente eles disseram que eram as roupas, o cabelo e que as meninas brincavam de boneca e os meninos de carrinho e bola.

Quando questionei mais ainda, vieram respostas acertadas.

- O que o menino tem que a menina não tem, e o que a menina tem que o menino não tem?

- Pinto!

- E a menina?

- Pepeca!

Terminei dizendo: _ É isso mesmo!

A última reflexão pode expressar claramente o meu envolvimento com o estágio:

Para estes três últimos dias de estágio, a minha proposta continuou sendo a de criar atividades e/ou situações, onde o aluno pudesse junto comigo, aprender e ensinar. Ou seja, na busca por respostas, alunos e professora fizeram trocas muito significativas. Por exemplo: quando fomos realizar a primeira atividade de quarta - feira, os alunos sugeriram características aos desenhos, que se não tivessem sido provocados por meus questionamentos, se fariam ausentes. Já venho comentando em minhas reflexões semanais e em meu blog, como os meus alunos do 1º ano "eram" apáticos e pouco participativos. Digo eram, pois durante as dez semanas de estágio, acredito ter provocado mais meus alunos, desacomodando-os, devido à frequentes questionamentos. Algo que foi significativo e perceptível também, foi a mudança de comportamentos em alguns alunos que até pouco tempo, eram meros espectadores de minhas aulas. Quando os alunos participam com suas ideias, devem ser sempre estimulados para que suas tentativas não sejam frustradas. Algumas vezes, o que os alunos dizem não atende às expectativas ditas "prováveis". Mas é aí que entramos como mediadores! Ao estabelecermos um diálogo franco e objetivo, com os nossos alunos, estaremos construindo um ambiente onde as aprendizagens serão internalizadas, deixando de ser meras informações.

Os estudos de Vygotsky sobre aprendizado decorrem da compreensão do homem como um ser que se forma em contato com a sociedade. "Na ausência do outro, o homem não se constrói homem", escreveu o psicólogo. Ele rejeitava tanto as teorias inatistas, segundo as quais o ser humano já carrega ao nascer as características que desenvolverá ao longo da vida, quanto as empiristas e comportamentais, que vêem o ser humano como um produto dos estímulos externos. Para Vygotsky, a formação se dá numa relação dialética entre o sujeito e a sociedade a seu redor – ou seja, o homem modifica o ambiente e o ambiente modifica o homem. Essa relação não é passível de muita generalização; o que interessa para a teoria de Vygotsky é a interação que cada pessoa estabelece com determinado ambiente, a chamada experiência pessoalmente significativa.

Fica aqui também, um questionamento a todos educadores engajados com o ensino e a aprendizagem: "O que sei do meu aluno? O que ele já sabe? O que ele poderá aprender? Quais as atividades que mais estimulam o pensamento do meu aluno? Posso apresentar às crianças, formas diferentes de pensar? Se sim, como as percebo? Percebendo-as, o que posso aproveitar de todo este processo?”


HOJE ESTOU FELIZ POR FINALIZAR O MEU ESTÁGIO COM A SENSAÇÃO DE MISSÃO CUMPRIDA! ATIVIDADE DO 44º DIA DE ESTÁGIO

segunda-feira, 14 de junho de 2010

DE CARA COM O NOVO!


Nesta semana de estágio, um momento de aula teve um sabor especial. Levei meus alunos do 1º ano no EVAM, o laboratório de informática bem equipado de nossa escola. Antes mesmo de irmos para o laboratório, já havia comentado com as crianças que iríamos a um lugar que eles ainda não conheciam, e que cada um teria um computador à sua disposição. A alegria já começou neste instante! Chegamos ao EVAM! As crianças foram direto aos computadores, puxando a cadeira e se instalando confortavelmente. A proposta para aquele momento era jogar através de um CD interativo da coleção ECOLOGIA, o jogo de cartas (memória), o quebra-cabeça e o jogo RECICLAGEM. Todos os jogos estão relacionados com o tema desenvolvido nesta semana de estágio que é: ECOLOGIA/MEIO AMBIENTE. A primeira atividade, todos tiraram de letra, até mesmo porque já jogaram várias vezes, memória. O quebra-cabeça não foi fácil para quatro alunos. Porém, mesmo apresentando bastante dificuldade em montá-lo, estes alunos foram persistentes. Não demonstraram nenhum sinal de desânimo. Fiquei muito feliz com estas quatro crianças, pois diariamente incentivo meus alunos a não desistirem de suas ações, sem antes tentar, tentar e tentar. Vendo que não iam conseguir concluir o quebra - cabeça troquei de jogo, já que os outros colegas estavam adiantados. O jogo RECICLAGEM foi o grande desafio do dia! Este jogo exige movimentos muito rápidos, pois é preciso concluí-lo dentro de um determinado tempo. Os alunos tinham que colocar latas de refrigerante, potes plásticos, jornais e garrafas de vidro dentro de quatro lixeiras identificadas pelo tipo de material, que eram: papel, metal, vidro e plástico. As reações foram diversas! Giovana conseguiu completar a separação do lixo, por várias vezes. A maioria das crianças tentou várias vezes e não conseguiu. O aluno Yohan, que é muito esperto e que lê fluentemente, foi o único a desistir do jogo RECICLAGEM. Deixei-o passar para os jogos anteriores, pois queria que todos tivessem uma aula prazerosa e bem proveitosa. E foi o que aconteceu! Antes mesmo de sairmos do laboratório, os alunos já estavam perguntando quando voltaríamos. Uma vez por semana meus alunos vão ao outro laboratório, onde utilizam as mesas da POSITIVO. Se for possível, tentarei levar meus alunos novamente ao EVAM, pois a variedade de atividades neste espaço aumenta consideravelmente!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

DEIXANDO MARCAS!

Esta 8ª semana de estágio foi mais curta devido ao feriado de Corpus Crist na 5ª feira e a ponte de 6ª feira. Trabalhei com os alunos sobre Os cinco sentidos nas duas últimas semanas, ou seja, durante oito dias. Resolvi fazer uma avaliação sobre as atividades desenvolvidas neste período. Os alunos começaram a falar sobre as atividades que mais gostaram, que foram: recortar de revistas os órgãos dos sentidos, deixar sua impressão digital nas folhas dos colegas, procurar descobrir através do olfato, oito odores diferentes (alho, café, Nescau, chá, canela, vinagre, mel e sabonete). Além dessas três, foram realizadas mais umas oito atividades diferenciadas. Porém, o que eu não esperava, é que os alunos começassem a falar sobre outros trabalhos desenvolvidos nas primeiras semanas de estágio.
Trabalho da 1ª semana: contorno de um colega e de uma colega no papel pardo (esquema corporal).
Trabalho da 2ª semana: mosaico/diversidade racial (índio: cultura, raça,cor).
Trabalho da 3ª semana: mural "Os dez mandamentos da boa higiene" ( Higiene).
Trabalho da 4ª semana: confecção do presente das mães (mães/família).
Trabalho da 5ª semana: história "Rápido como um gafanhoto" (eu/identidade).
Trabalho da 6ª semana: identificar colegas através de fotos dos olhos dos colegas ( eu e o outro).




Vejo que as minhas práticas pedagógicas deixaram memórias boas para as crianças, e que novos conhecimentos foram construídos. Tenho tentado exaustivamente elaborar atividades diversificadas para este período de estágio, idealizando resultados significativos. Digo significativos, porque nem sempre conseguimos só respostas positivas. E é aí que
está o grande barato! Ao analisarmos aquilo que não deu certo, ou que não deu muito certo, estaremos reconstruindo novos saberes. Tem coisas e pessoas que passam por nossas vidas e não nos deixam nada. Com os meus alunos está sendo diferente: eles estão aproveitando muito do que transmito, assim como eu, estou transmitindo aquilo que aprendo com eles. A cada dia que passa, percebo que o meu fazer pedagógico inspira-se em uma proposta construtivista, onde as trocas interpessoais não são mais eventuais e sim, diárias.