domingo, 21 de junho de 2009

DESENVOLVIMENTO MORAL

ATIVIDADE PROPOSTA PELA INTERDISCIPLINA DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM SOB O ENFOQUE DA PSICOLOGIA II
Leia o texto Significações de Violência na Escola: equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança? de Jaqueline Santos Picetti. Após a leitura, relate uma situação experienciada em sua sala de aula e procure analisá-la teoricamente com base no referencial piagetiano sobre o desenvolvimento moral.
Quando li a afirmação de Jaqueline Picetti de que nós professores temos a impressão que os alunos consideram natural que todos os problemas devam ser resolvidos com atitudes violentas, parecendo ser necessário o sofrimento do outro, lembrei imediatamente da minha prática docente. Tanto para os meus colegas professores e até mesmo para os alunos, já por várias vezes, comentei que as coisas não podem ser resolvidas com base na violência. Muitas vezes “brinco” com as crianças, afirmando, se tudo o que acontece na nossa vida fosse resolvido através da tapas, pontapés, socos, mordidas, como seria viver assim... Dou exemplos aos próprios alunos: já pensaram se vocês precisassem ser chutados para realizarem as atividades em sala de aula? O que poderia acontecer? Em casa, os pais de vocês quando discutem, ficam se agredindo fisicamente?
Ah, a violência não se manifesta só por atos físicos! E aqueles apelidos ou “nomes feios” que as pessoas dizem umas para as outras, resolvem o quê?
Quando surgem desentendimentos entre os alunos, peço que venham até mim e dou a vez de falar para cada um dos envolvidos. São questionados sobre suas atitudes agressivas para que, pelo menos naquele momento, reflitam sobre as suas ações.
São tantas as situações vivenciadas ao longo desses 23 anos de docência... Decisões das mais variadas foram sendo tomadas para esclarecer, elucidar e fazer com que os alunos reflitam...
Algo que sempre deu muito certo nesses últimos anos foi a elaboração de regras (deveres e direitos), partindo das vivências dos alunos. Ou seja, estas regras são estipuladas depois de algum tempo de aula, pois assim as crianças já estão se relacionando num ambiente novo, com pessoas diferentes, e conforme as colocações da professora sobre a padronização de comportamentos sociais, neste período, elas terão algumas noções de convivência em grupo, conseguindo “ver”, o que é certo e o que é errado.
Sugestões dos alunos do 1º ano, para o que chamamos de “combinações da turma”: não gritar, não brigar, fazer o trabalho em silêncio e com capricho, não levantar do lugar a toda hora, usar as palavras mágicas (por favor, obrigado, com licença), não sujar a sala, guardar os brinquedos depois de brincar, fazer fila reta... E a lista vai longe!
Também converso muito com as crianças, dizendo que essas regrinhas estipuladas por toda a turma, devem ser respeitadas. Sendo assim, a aula se desenvolve de uma forma mais tranqüila e com maiores possibilidades de aprendizagens, respeito, cooperação e responsabilidade.
Às vezes, precisamos retomar as combinações para que aqueles alunos que são mais distraídos ou com mais dificuldades de assimilação, possam ser lembrá-las.
O desenvolvimento moral é uma construção diária. Se observarmos todas as reações e atitudes dos nossos alunos, durante as brincadeiras, durante a realização das atividades, ou em qualquer momento, poderemos estimulá-los, ou ainda, provocá-los, no sentido de tentar equilibrar a experimentação com a reflexão em comum.
Respeitar o processo de desenvolvimento moral, não achando mais, certos comportamentos como violentos, mas como característicos de uma determinada fase da construção da autonomia da criança, é uma ação positiva da escola, pois para que o sentimento de justiça se desenvolva, são necessários o respeito mútuo e a solidariedade entre as crianças e os adultos.
Conforme Piaget, nós educadores temos que colaborar no processo de desenvolvimento de nossos alunos, tanto do ponto de vista moral como racional.
Diariamente, na minha turma de 1º ano (alunos de 6-7anos), diferentes situações são vivenciadas, onde o desenvolvimento moral se caracteriza pelas dificuldades encontradas pela criança em se posicionar em relação ao pensamento de outra pessoa, conseguindo pensar apenas a partir do seu ponto de vista.
Por isso, cabe a nós professores “avaliarmos” cada situação vivenciada em sala de aula, como única, pois a construção das noções de justiça, solidariedade, intencionalidade e responsabilidade, incidem no comportamento das crianças de forma peculiar e individual.


CONCEPÇÕES DE ÍNDIO

Conhecer alguns aspectos dos povos indígenas brasileiros, através do que eles próprios dizem sobre si e proporcionar o conhecimento do modo de vida dos povos indígenas do Rio Grande do Sul, foi o que a Interdisciplina Questões Étnico-Raciais nos proporcionou através da seguinte atividade:
Ler, o texto “Os Índios no Brasil: quem são e quantos são”, escrito pelo representante do povo Baniwa, Gersen dos Santos Luciano.
Destacar as idéias principais e explicar como e por que se constituíram as contradições que seguem: índios X povos indígenas / generalização X identidade étnica. Sugerir formas de desfazer pré-conceitos que predominam ao se falar de povos indígenas.

OS ÍNDIOS NO BRASIL / QUEM SÃO E QUANTOS SÃO.
Para definir quantos índios habitam o Brasil, são utilizados diferentes métodos. Sendo assim, a obtenção de dados reais torna-se mais difícil.
Existem povos indígenas brasileiros que não foram contabilizados porque atualmente residem nas cidades ou em terras indígenas ainda não demarcadas ou reconhecidas, e por estarem ainda em vias de reafirmação étnica após anos de dominação e repressão cultural.
Por pressões políticas, econômicas e religiosas ou por terem sido despojados de suas terras e estigmatizados em função dos seus costumes tradicionais, os povos indígenas foram forçados a esconder e a negar suas identidades tribais como estratégia de sobrevivência.
Os primeiros habitantes do continente americano receberam o nome “índio”, porque, Cristóvão Colombo, em 1492, empreendeu uma viagem rumo às Índias, e devido às más condições climáticas, sua frota ficou à deriva, e ao alcançar uma região, imaginou que fossem as Índias.
Todos os habitantes nativos encontrados neste continente foram considerados como um só povo: os índios. Mas na verdade, cada índio pertence a um povo, a uma etnia identificada por uma denominação, como o Guarani, o Yanomami...
Mantendo-se a denominação de índio ou indígena, como uma identidade, promove-se a união de povos historicamente distintos e rivais na luta por direitos e interesses comuns.
A multiplicidade de formas de vida coletiva e individual é a principal marca do mundo indígena.
Enquanto a denominação índio ou indígena era negada pelos povos indígenas, as identidades étnicas particulares também eram negadas ou reprimidas. Ser chamado de índio era uma ofensa, pois caracterizava um ser inferior ou cultura inferior. Por isso, desde a década de 1950, uma parcela da população Baniwa foi substituindo a língua baniwa pela língua nheengatu ou língua geral, que era considerada uma língua de pessoas civilizadas, dos ditos caboclos ( aqueles que negavam sua origem nativa, mas que por não poder ainda se reconhecer como branco, se identificavam com o mais próximo possível do branco).
No início da década de 1980, começaram a ser valorizados os povos que falavam suas línguas originárias e praticavam suas tradições. O processo de reafirmação das identidades étnicas resultou na recuperação da auto-estima dos povos indígenas.
Graças ao fenômeno da etnogênese, os povos indígenas começaram a buscar o reconhecimento de suas etnicidades e de suas territorialidades.
A nova estratégia de aliança política pan-indígena leva à construção de uma unidade política articulada de povos culturalmente distintos, na defesa de seus direitos e interesses comuns.
Ser índio é ser cidadão brasileiro, é ter sua cultura valorizada, é ter consciência étnica, é representar uma expressão sócio-cultural importante do país.
Resgatando suas culturas e tradições, os povos indígenas estão resgatando principalmente a sua própria identidade. As novas gerações indígenas querem entrar e fazer parte da modernidade, garantindo um espaço social e identitário, onde haja a interação consciente com outras culturas que leve à valorização de si mesmo.
É preciso conscientizar os brasileiros de que muitos povos indígenas têm como prioridade fortalecer sua identidade e promover a valorização e a continuidade de suas culturas, de suas tradições, de seus saberes.
Esclarecer as pessoas menos informadas no que diz respeito à imagem pejorativa e preconceituosa de índio veiculada ao longo de séculos, pela escola e pelos meios de comunicação de massa, cada vez se faz mais necessário.
Não existe cultura estática e pura. Ela é sempre o resultado de interações e trocas de experiências de vida entre indivíduos e grupos sociais. Então, quanto mais diferenças possuírem as pessoas envolvidas, mais conhecimentos poderão ser adquiridos.
Aprendi muito com a leitura deste texto. Ele foi muito esclarecedor e informativo. Quando aluna, nunca gostei das aulas de História. Acredito que os meus professores, nessa época, também não tinham os devidos esclarecimentos sobre a situação dos índios, quando o território habitado por eles foi invadido e colonizado.
A História do Brasil, a partir de hoje, será contada por mim de uma forma mais substancial, no que diz respeito à real condição do índio brasileiro e à sua história de vida.
Os povos indígenas contribuíram e continuam contribuindo com sua cultura, seus conhecimentos e crenças únicas.
Conviver com indivíduos e grupos sociais culturalmente distintos, é uma prática de vida que precisa ser diariamente estudada, interpretada e adquirida, pois assim a intolerância e a violência entre povos serão superadas, dando lugar a incalculáveis e riquíssimos aprendizados.
Um povo, como os indígenas, que reassume e recria suas tradições, não pode ser considerado como inferior, pois esta não é uma tarefa fácil. A discriminação racial ainda existe, e para enfrentar de frente esta situação, é preciso muita determinação e consciência moral, social e política.
Será que os “brancos” seriam tão persistentes como os indígenas, ao defenderem seus costumes, suas tradições, suas histórias de vida?
REFERÊNCIAS
Texto extraído do Livro “O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje” - Brasília, 2006.
Autor: Gersen dos Santos Luciano - Baniwa
Site: http:// www.trilhasdeconhecimentos.etc.br/

ATIVIDADE DIDÁTICO-PEDAGÓGICA - 1ª PARTE

ATIVIDADE PROPOSTA PELA INTERDISCIPLINA: QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO: SOCIOLOGIA E HISTÓRIA.

A partir das reflexões e leituras dos enfoques temáticos, elabore uma atividade didático-pedagógica, contemplando a diversidade étnica e racial e a desenvolva em duas aulas (08 horas) com a sua turma de alunos. A produção escrita desta tarefa necessitará conter os seguintes itens: a temática, os objetivos, os desdobramentos em sala de aula, os conceitos-chave trabalhados e suas considerações finais sobre o que significou pensar e planejar uma ação educativa com esta abordagem em sua escola. Neste último item é importante que sejam colocadas as percepções e observações surgidas durante o trabalho com os alunos, articulando-as com algumas das contribuições teóricas dos textos e autores lidos para a interdisciplina.

Texto sugerido para leitura, como base para o trabalho: Era uma vez uma menina muito bonita: Uma prática pedagógica relacionada com a questão racial em uma turma de alfabetização, de Luicane Andréia Ribeiro Leite.

1ª etapa: planejamento e apresentação da proposta da prática

TEMÁTICA: EU NÃO SOU SÓ UMA COR!

TURMA: 1º ANO.

TEMPO DE DURAÇÃO: 8 HORAS

OBJETIVOS:

Reconhecer que todas as pessoas têm deveres e direitos, como cidadãos.

◘ Identificar que características físicas diferentes, tornam o mundo mais bonito.

◘ Reconhecer que o povo brasileiro é o resultado de influências étnicas diferentes.

◘ Desenvolver uma atitude de empatia e solidariedade para com aqueles que sofrem de discriminação.

◘ Valorizar o convívio pacífico e criativo dos diferentes componentes da diversidade cultural.

CONCEITOS - CHAVE: respeito, diversidade, culturas, discriminação, cidadania, deveres e direitos.

DESENVOLVIMENTO:

PRIMEIRO DIA

Trazer para a sala de aula uma professora negra da nossa escola, para juntamente comigo, ser entrevistada pelos alunos. Observação: todas as perguntas formuladas devem ser respondidas por nós duas, a fim de que os alunos possam perceber as diferenças ou semelhanças existentes entre elas.

Se for necessário, tanto a nossa convidada como eu, iremos conduzir alguns questionamentos das crianças, para que não somente as características psicológicas se manifestem, mas também as físicas sejam expostas.

Após a entrevista, os alunos irão desenhar a professora convidada.

Ainda no mesmo trabalho, serão escritas algumas características da professora negra, sejam elas resultantes da entrevista ou observadas pelos alunos implicitamente.

Pedir então para que as crianças me desenhem. Durante esta atividade ir perguntando aos alunos se as professoras desenhadas apresentam características iguais e/ou diferentes, que também serão registradas por escrito.

Expor na sala de aula os trabalhos dos alunos.

Identificando a cor da pele da professora convidada, eis que um diálogo informal se fará presente: quantos alunos negros há em nossa escola? quem tem um (a) amigo (a) negro (a)? quais são as brincadeiras preferidas destas crianças ? onde mais encontramos pessoas negras?

Como tema, as crianças deverão trazer para o dia seguinte, uma foto ou figura de uma pessoa negra e outra de uma pessoa branca, ou de qualquer outra etnia.

SEGUNDO DIA

Colocar todas as imagens trazidas pelos alunos e também pela professora (visto que nem todas as crianças conseguem realizar este tema), em cima das mesas unidas, para que todas elas sejam observadas ao mesmo tempo. Questionar as crianças como as pessoas das fotos estão vestidas, onde elas poderiam estar, o que elas estão fazendo...

Novamente levantar a questão das semelhanças e diferenças encontradas nas fotos e/ou figuras.

Para continuar o trabalho, depois de elencar uma série de características das imagens, ver com as crianças de que forma as figuras trazidas podem ser coladas em uma cartolina, levando em consideração a conclusão obtida, ou se preciso induzida, de que negros e brancos são seres humanos com as mesmas possibilidades de vida.

Espera-se que os alunos decidam colar todas as imagens misturadas, ou seja, sem organizar conforme a cor da pele.

Após o término desta atividade, fazer um convite a todas as turmas para que venham até a nossa sala e observem as produções dos alunos do 1º ANO.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acredito que se eu chegasse a aplicar este planejamento com meus alunos do 1º ANO, tudo transcorreria de uma forma bem tranqüila e com resultados positivos, visto que conheço muito bem a minha turma, apesar de não estar em sala neste momento.

Como em nossa escola, neste ano temos algumas inclusões (crianças com características bem aparentes), meus alunos já começaram a percebê-las, é claro, mas com bastante naturalidade, demonstrando até de uma certa forma, carinho por elas. Em nossa sala de aula, à tarde, no outro 1º ANO, há um cadeirante, e por esse motivo, há para ele uma mesa diferenciada. Informei aos meus alunos que este menino, por ser diferente, precisa de uma mesa que facilite seu aprendizado.

As crianças, nesta idade, são muito observadoras e pouco preconceituosas. Vejo também, que eu, como educadora e cidadã brasileira, preciso observar mais meus alunos para conhecê-los como cidadãos de diferentes etnias, para que eu possa mostrar a todos eles, que somos diferentes sim, e é graças a estas diferenças que o mundo se torna mais rico, mais surpreendente e mais forte.

Qualquer tipo de discriminação precisa ser bem trabalhado com os alunos, pois a qualquer momento podem se deparar com situações não muito comuns.

Tenho muito ainda que aprender sobre a diversidade étnico-racial do meu entorno e principalmente da minha comunidade escolar, para que juntos possamos construir conceitos densos, aprofundados e verdadeiros, que superem os pré-conceitos que, infelizmente, não sei até por quanto tempo, resultam na discriminação.



Todo ser humano deve ser respeitado independentemente da cor da sua pele. Ser branco, negro, amarelo ou vermelho, não significa que uma pessoa seja melhor ou pior do que a outra. Significa apenas que temos sim, características físicas diferentes.
Todas as pessoas têm direitos, mas para viver em sociedade também é exigido ao cidadão que ele cumpra certas regras, que são os deveres. Respeitar as outras pessoas, suas escolhas e suas opiniões, é uma de nossas obrigações. Discriminar alguém, seja qual for a razão, é considerado crime e pode ser até motivo de prisão.

EDUCAÇÃO APÓS AUSCHWITZ

Em Filosofia da Educação tivemos que interpretar o ensaio do filósofo alemão Theodor Adorno (1903 - 1969) intitulado “Educação após Auschwitz”, que começa com a seguinte frase, expressão de um princípio moral: “Para a educação, a exigência que Auschwitz não se repita é primordial”.

É um texto que alinha moralidade, política e educação a partir deste evento terrível do século XX: o Holocausto. Para analisar este ensaio escrevemos um texto sintético respondendo às seguintes questões:

1) Segundo o texto, o que predispôs os indivíduos a aceitarem o nazismo e a barbárie?

2) Qual é a solução que o autor sugere para evitar que a barbárie se repita?

3) Dê a sua opinião argumentada sobre a referida solução.


INTERPRETAÇÃO DO ENSAIO DO FILÓSOFO ALEMÃO THEODOR ADORNO, INTITULADO “EDUCAÇÃO APÓS AUSCHWITZ”

Fernanda Beatriz Silva dos Santos

Para Theodor Adorno a educação é um instrumento de formação de pessoas, capaz de proporcionar a auto-reflexão crítica.

Porém, durante o terrível evento do século XX, o Holocausto, a capacidade de refletir sobre as monstruosidades cometidas, era nula. A tendência extremamente poderosa da sociedade abafava qualquer tipo de manifestação contrária as suas atrocidades, permitindo então o aparecimento de uma verdadeira indústria de extermínio.

A humanidade sentindo-se enclausurada em um contexto mais e mais socializado, densamente estruturado, acaba sendo impedida de agir por conta própria. Assim a raiva contra a civilização aumenta de forma brutal e irracional.

Os indivíduos acabam aceitando a barbárie, pois perdem sua identidade e sua capacidade de resistência, praticando os mesmos atos insanos, em nome de quaisquer ideais, nos quais nem precisam acreditar. Homens sem preparo psicológico para a autodeterminação, mas com um forte potencial autoritário, continuarão dizimar populações inteiras.

A aceitação ao nazismo também foi favorecida pela pretensão de que na educação, a disciplina é idealizada através da dureza, ou seja, é através de rituais que causam dor, que o indivíduo é “premiado” por pertencer a uma coletividade.

Indivíduos manipulados também negam no seu íntimo a possibilidade de amar pessoas, mas o que ainda sobrevive nelas é a capacidade de amar coisas materiais. A incapacidade de identificação, a incapacidade de amar suficientemente, foi a principal condição psicológica para que algo como Auschwitz pudesse acontecer.

Para evitar que a barbárie se repita, Adorno sugere:

*conhecer os mecanismos que tornam os homens perseguidores e promover entre eles uma conscientização geral desses mecanismos;

*educar para a auto-reflexão crítica desde a primeira infância;

*favorecer a autonomia, a força para a reflexão, para a autodeterminação, para a não-participação;

* estudar o consciente e o subconsciente da população (formação de grupos educacionais e equipes de voluntários para percorrerem as áreas rurais);

*disciplinar através do esporte;

*entender como se reproduz o caráter manipulativo, para depois pela modificação das condições, evitar o seu reaparecimento;

*tratar bem as crianças, não reprimir seus impulsos, mas sim satisfazê-los e liberá-los.

Com certeza, todas as afirmativas de Adorno, para a referida solução, são pertinentes, porém só poderão ser utilizadas, debatidas ou estudadas, se toda a sociedade conscientizar-se de que tudo o que houve em Auschiwtz foi praticado pela “inteligência” humana, e se somos capazes de duelar entre nós mesmos por não tolerarmos a diversidade racial e cultural, também precisamos usar a nossa força para evitar qualquer tipo de situação abominável e inconcebível.

Tais atitudes planejadas racionalmente, não condizem com tal circunstância! Como se pratica algo que foi planejado racionalmente, se o resultado de tal ação é o sofrimento em massa?

Ainda hoje, o homem busca seu próprio interesse e vai contra os interesses de todos os demais. A individualidade se opõe ao amor que é imediatista, e sendo assim, o “consciente coisificado” se instala naturalmente.

Qualquer tipo de barbárie pode ser evitada mais facilmente se as pessoas, unidas em equipes, somarem suas forças, lutarem por um bem comum.

Na escola podemos e devemos propiciar aos nossos alunos um ambiente onde a sensibilidade, a criatividade, a cooperação, o diálogo, sejam facilitadores de aprendizagens múltiplas, e onde as relações interpessoais favoreçam a valorizaçães interpessoais favoreçam a valorizaçgens msos alunos um ambiente onde a sensibilidade, a criatividade, a cooperaço das diferenças e o resgate das identidades perdidas.

Para que Auschiwtz não se repita, a sociedade como um todo deve refletir criticamente e filosoficamente, a fim de impedir que atrocidades aconteçam e que apareçam perseguidores “fortes”, “superiores”, capazes de criar possibilidades de novos acontecimentos dantescos.


THEODOR ADORNO (1903 - 1969)

REFERÊNCIAS

ADORNO, Theodor W. Educação após Auschwitz.

FILME: O CLUBE DO IMPERADOR

Como atividade na Interdisciplina Filosofia da Educação, tivemos que assistir ao filme "O Clube do Imperador" e escrever um texto de acordo com o seguinte roteiro:

1. Descreva uma cena do filme onde o professor está diante de um conflito moral.
2. Descreva o conflito moral e a solução que o professor escolhe.
3. Identifique os princípios morais envolvidos nesta decisão.
4. Avalie a decisão do professor: foi uma decisão moralmente correta ou não, por quê?

FILME ASSISTIDO: “O CLUBE DO IMPERADOR”

TEXTO

Fernanda Beatriz Silva dos Santos

O filme “O Clube do Imperador”, conta a história do colégio interno St. Benedict’s, freqüentado por rapazes da alta sociedade americana, onde leciona William Hundert , um conceituado professor, apaixonado pela História Antiga. Nesse ambiente, Hundert não se preocupa somente com a educação dos alunos, mas também com o caráter, a boa conduta e a honra. Dá lições de moral para serem aprendidas, e faz isso através do estudo de filósofos gregos e romanos.

Todo o ano acontece no colégio, a clássica competição cultural, organizada por Hundert, intitulada o “Clube do Imperador”. A competição consiste numa disputa entre os alunos da classe, onde primeiramente realizam provas escritas, e numa segunda etapa, respondendo às perguntas oralmente.

Na turma do professor Hundert, seus alunos são muito promissores, o que o anima a realizar um trabalho de qualidade. Porém, com a chegada de Sedgewick Bell, um aluno arrogante e prepotente, filho de um senador, o professor busca a mudança do caráter do mesmo e procura ganhar a sua confiança, convencendo-o que ele é capaz.

Para a competição, apenas só os três melhores alunos podiam participar da grande final.

Quando o professor, em seu escritório, passa a corrigir as produções de seus alunos, com questões relativas à História Greco-Romana, fica em dúvida na hora de dar a nota ao aluno Bell, pois acreditou que este seria o momento de recompensá-lo. Apesar de seu desinteresse, mas admitindo sua inteligência, o professor apostava que o futuro do rapaz seria brilhante. Eis que o professor se vê diante de um conflito moral.

A dúvida deu lugar então a uma certeza: alterar a nota de Bell, para que assim ficasse entre os três melhores. O professor queria colocar este aluno no caminho certo, porém ao dar esta chance, abalou-se de uma certa forma, ao excluir da competição um aluno dedicado que poderia ser aclamado o “Senhor Júlio César”. Neste momento, o professor praticamente esqueceu-se de sua conduta ética.

Ao tomar esta decisão, a frase dita regularmente pelo professor “o caráter de um homem é o seu destino”, não pode ser atribuída a ele, pois agora, na prática, o seu próprio caráter se comprometeu, visto que, a injustiça, a honestidade, a ética, a dignidade, a fidelidade, são princípios morais que sempre foram primordiais em todos os aspectos da sua vida.

A decisão tomada pelo professor não foi moralmente correta, porque ao dar uma oportunidade a um aluno desinteressado e rebelde, negligenciou uma atitude ética, pois negou ao verdadeiro vencedor, os louros da vitória. Ele foi contra os seus princípios, forjando uma classificação no concurso. Ele desviou-se de seu caráter reto, e percebendo que não conseguia mudar o caráter do aluno, desencadeou-se um conflito interno, sobre o que é certo e o que é errado.

Apesar de ter passado por duas grandes decepções, o professor continuou sua jornada lecionando com amor e ciente de que qualquer pessoa pode aprimorar o seu caráter, se estiver convivendo com pessoas justas e íntegras, na escola e principalmente na família.

Acredito também, que nós educadores, podemos sim cair na mesma armadilha em que caiu o professor Hunder. Tentamos acertar sempre, mas como somos frágeis criaturas em constantes transformações, nada é mais natural do que continuar tentando e errando, tentando e tentando, tentando e acertando...

Ficamos conhecendo a estrutura básica do argumento moral, através do Dilema do Antropólogo Francês, Claude Lee, e à partir deste conhecimento, analisamos os aspectos envolvidos nas decisões do professor William Hudert.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

MAPA CONCEITUAL/PSICOLOGIA

AULA PRESENCIAL DE PSICOLOGIA II

EM NOSSA ÚLTIMA AULA DE PSICOLOGIA II, CONSTRUIMOS EM GRUPO, UM MAPA CONCEITUAL, INTITULADO: (RE)CONSTRUINDO OS CONCEITOS DA EPISTEMOLOGIA GENÉTICA. A PROFESSORA TANIA NOS ENTREGOU APROXIMADAMENTE 25 PALAVRAS PARA ESTA CONSTRUÇÃO. APESAR DE TEREM SOBRADO ALGUMAS PALAVRAS, O NOSSO MAPA FICOU BEM ORGANIZADO.

OBSERVAÇÃO: EDITEI O MAPA CONCEITUAL NO PAINT.

terça-feira, 9 de junho de 2009

ESTÁDIOS DO DESENVOLVIMENTO

Na aula 5 de Desenvolvimento e Aprendizagem sob o enfoque da Psicologia II, foi sugerido a leitura de alguns textos a fim de destacarmos as principais características dos estádios de desenvolvimento. O texto básico para esta atividade foi: Epistemologia Genética e Construção do Conhecimento, de Tania B. I. Marques.

ESTÁDIOS DO DESENVOLVIMENTO

Fernanda Beatriz Silva dos Santos

Principais características de cada estádio de desenvolvimento:
Estádio sensório-motor (do nascimento até aproximadamente um ano e meio, dois anos): compreende três etapas: 1) a dos reflexos, 2) a dos hábitos motores e 3) a da inteligência senso-motora ou prática. Na etapa 1, há a coordenação dos reflexos e reações, surgem os reflexos instintivos (sucção, primeiras imitações...). Na etapa 2, a criança forma os primeiros hábitos, pois à partir do resultado dos seus movimentos, ela passa a repetí-los. A etapa 3, caracteriza-se pela exploração, experimentação e modificação do comportamento. A criança centraliza-se no próprio corpo e entre mais ou menos 18 a 24 meses, inicia a capacidade de representação da realidade. Ausência da função semiótica, ou seja, a criança não representa os objetos mentalmente.

Estádio pré-operatório (de aproximadamente um ano e meio até por volta dos sete anos): surgimento da função simbólica (sub-período de preparação das operações concretas), capacidade de representação mental. Predomina o egocentrismo, pois a criança não consegue colocar-se abstratamente no lugar do outro, impedindo-a de estabelecer relações de reciprocidade. Sua percepção abstrata começa a ser aguçada, quando aumenta sua capacidade de imaginar situações, figuras e pessoas semelhantes. Caracteriza-se pelo aparecimento da linguagem, que permite a expressão verbal da representação mental e do pensamento intuitivo.

Estádio operatório-concreto (por volta dos sete até em torno dos doze anos): a criança já tem a capacidade de reversibilidade do pensamento, de realizar ações mentais. Sua compreensão do mundo não é tão prática, pois ainda depende do concreto para realizar abstrações. São construídas as operações lógicas de classificação e seriação, conservações físicas de substância, peso e volume, conservações espaciais de comprimento, área e volume, e conceito de número. A criança vai perdendo o egocentrismo social e intelectual com o avançar da idade.

Estádio operatório-formal (desde cerca de doze anos, perdurando pela vida adulta): o pensamento formal permite: refletir para além do real presente, refletir sobre possibilidades, fazer planos, elaborar “teorias”, construir “sistemas”, pensar sobre o próprio pensamento. Constituem-se instrumentos de verificação experimental que permitem controlar variáveis: dentre um conjunto de fatores poder destacar um, fazendo-o variar e deixando os outros invariantes. Surge a capacidade de formular hipóteses ou capacidade de desligar-se temporariamente da atividade concreta dando prosseguimento à atividade mental mediante um jogo puramente proposicional: é o raciocínio hipotético-dedutivo. Há uma inversão nas relações entre o real e o possível. Cria-se um mundo de possibilidades de cujo conjunto o real é apenas um setor limitado. Os instrumentos oriundos do plano das possibilidades permitem estabelecer relações entre teorias, produzindo nelas transformações.

Na visão Piagetiana, a educação deve possibilitar à criança um desenvolvimento amplo e dinâmico desde o período sensório-motor até o operatório-formal.

REFERÊNCIAS
FERREIRA, Berta Weil e outros. Psicologia Pedagógica. 4ª edição. Sulina.
MARQUES, Tania Beatriz Iwaszko. Aprendizagem na vida adulta.
MARQUES, Tânia Beatriz Iwaszko. Epistemologia genética e construção do conhecimento.
PIAGET, Jean. O desenvolvimento mental da criança.
________http://www.centrorefeducacional.com.br/piaget.html.

Após este trabalho, tivemos que escolher um dos quatro estádios para participar de um fórum. Relacionamos as características dos estádios de acordo com o desenvolvimento dos nossos alunos. E para refletir foi levantada a seguinte questão: A idade de uma pessoa pode ser considerada critério suficiente para sabermos em que período do desenvolvimento intelectual ela se encontra? Por quê?
A partir da idade apenas, não podemos afirmar qual o nível de desenvolvimento em que se encontra uma pessoa. O que nos dirá se um sujeito se encontra em um ou outro período de desenvolvimento, será a sua relação com o objeto do conhecimento, será a sua maneira de pensar, refletida no modo como lida com os problemas da realidade, seja ela interna ou externa. Serão suas características cognitivas que nos mostrarão em que período de desenvolvimento se encontra, e não o inverso.
Para Becker (2001, p.187), o desenvolvimento dá-se na relação com o meio, porém ele é individual. O estádio em que um indivíduo se encontra “é radicalmente individual, não pode, pois, ser confundido com o de nenhum outro indivíduo”.